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Nada resulta para o sucessor de bilionário em fundo

O desempenho caiu desde que Clifford se tornou diretor de investimentos, em 2013, e o preço das ações da Platinum continua 47% abaixo do máximo histórico atingido em fevereiro de 2015.

23 de Fevereiro de 2019 às 12:00
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Andrew Clifford assumiu o cargo máximo na Platinum Asset Management após 30 anos a trabalhar ao lado do seu ex-chefe Kerr Neilson, que ficou bilionário e tornou-se um dos gerentes de fundos mais famosos da Austrália. Mas tem sido difícil manter esse ritmo.

 

Desde que Clifford ascendeu a CEO, em fevereiro do ano passado, o valor das ações da empresa caiu 36%, o total de ativos sob gestão encolheu cerca de três mil milhões de dólares australianos (1,9 mil milhões de euros) e os analistas ficaram mais pessimistas em relação à empresa do que sobre qualquer outra gestora de recursos de capital aberto do mundo.

 

Clifford não se intimida e mantém a fé na abordagem de investimento em valor que é o alicerce da empresa desde o início, apostando em empresas combalidas e "fora de moda" nos mercados de ações internacionais, como bancos em Itália e na Áustria, para melhorar o desempenho. Clifford já viu tudo isto antes e afirma que a compra de ações com avaliações baixas acabará por ser uma estratégia vitoriosa.

 

"Os mercados estão a oferecer algumas oportunidades bastante notáveis para a compra de ações", afirmou Clifford, de 52 anos, numa entrevista recente, em Sidney. "Quando é que estes retornos se concretizam é algo que nunca se sabe."

 

Quando Clifford deixou o Bankers Trust com Neilson para fundar a Platinum, em 1994, conseguiram financiamento de George Soros para o novo fundo internacional de ações. Desde então, o portefólio deu um retorno de 12% ao ano, contra 6,6% do índice de referência, segundo o seu relatório mensal mais recente para investidores.

 

O desempenho caiu desde que Clifford se tornou diretor de investimentos, em 2013, e o preço das ações da Platinum continua 47% abaixo do máximo histórico atingido em fevereiro de 2015. Apesar das recentes saídas de recursos, o fundo principal ainda mantém 10 mil milhões de dólares australianos de um total de 24,7 mil milhões de dólares australianos em ativos da empresa.

 

Ainda assim, o processo de investimento não mudou e a moral dos mais de 100 funcionários está muito boa, disse Clifford. Equipas pequenas discutem ideias e procuram ações de qualidade que tenham bons fluxos de caixa e perspetivas de retorno de dinheiro aos acionistas. Encontrar ações baratas também é fundamental - a parte comprada da carteira é negociada com uma relação preço/lucro estimada de 10, contra um múltiplo de cerca de 15 do índice de referência.

 

Neilson ainda é acionista maioritário da empresa e continua envolvido apesar de ter deixado o cargo de CEO. Neilson ajuda na tarefa de escolher ações, chegando ao escritório de manhã e discutindo ideias com os funcionários, revelou Clifford. Mas Neilson não tem poder de veto em decisões que divergem da posição de Clifford, explicou.

 

"Ele avisa-me quando não gosta de algo", disse Clifford. "Trabalhei com ele durante 30 anos, estou habituado a ter desentendimentos com ele."

 

(Texto original: Everything Goes Wrong for Billionaire's Successor at Fund)

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