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Fundos da Natixis sofrem resgates de 5,6 mil milhões em quatro dias (act)

Assustados com as notícias negativas sobre os fundos H20, os clientes da gestora da Natixis estão a retirar dinheiro dos fundos a um ritmo elevado.

Reuters
25 de Junho de 2019 às 15:35
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Após vários anos seguidos de subscrições líquidas de elevado valor, a H20 elevou para mais de 5% a comissão de subscrição de vários dos seus fundos de investimento com o objetivo de limitar a entrada de dinheiro. O elevado desempenho dos seus fundos estava a atrair cada vez mais investidores, pelo que a gestora de ativos controlada pelo francês Natixis teve de tomar medidas para não atingir a sua capacidade máxima.

Isto aconteceu em 2018. Um ano depois o cenário é bem diferente. A H20 enfrenta agora uma onda massiva de resgates e baixou as comissões, de modo a estancar a saída de dinheiro dos seus fundos.

Nos três últimos dias da semana passada a H20 viu os seus clientes resgatarem mais de 3 mil milhões de euros dos seus vários fundos, o que baixou o valor sob gestão para apenas 19 mil milhões de euros.

Na sexta-feira os resgates totalizaram 1,4 mil milhões de euros, mas esta segunda-feira o problema agravou-se. Os investidores retiraram mais 2,6 mil milhões de euros, elevando para 5,6 mil milhões de euros o valor dos resgates em apenas quatro dias.

O valor sob gestão já é de apenas 16 mil milhões de euros, cerca de metade dos perto de 30 mil milhões no final de 2018.

Esta fuga de capitais ocorreu depois de dois eventos. Primeiro o Financial Times noticiou que vários fundos da H20 tinham exposição a companhias do controverso empresário alemão Lars Windhorst, conhecido pelos seus investimentos problemáticos. O golpe aconteceu quando a firma norte-americana Morningstar decidiu suspender o "rating" a um dos fundos da H20.

Muitos investidores seguem as análises desta firma para selecionar os fundos onde aplicam o seu dinheiro, pelo que à decisão da Morningstar seguiu-se esta onda de resgates.

Nem o desempenho positivo nos últimos tempos desvaneceu a fuga de dinheiro dos fundos. Com retornos anuais a rondar os 20%, os fundos da H20 apostam sobretudo em obrigações e divisas em função dos desenvolvimentos macro económicos.

Para enfrentar esta onda de resgates, a H20 anunciou no domingo que tinha vendido uma carteira de obrigações sem rating no valor de 300 milhões de euros e amortizado parte do valor de outros títulos.

O valor dos resgates desta segunda-feira indicam que estas medidas foram suficientes para travar a saída de dinheiro dos fundos.

A Natixis, que controla a maioria do capital desta gestora de fundos com sede em Londres, tem sido afetada pelos problemas da H20. Na quinta-feira, quando a Morningstar anunciou a suspensão do rating, as ações do banco francês caíram 11,76%. Na sexta-feira desceram mais 2,13%, sendo que ontem e hoje registam oscilações ligeiras.

(notícia atualizada com o valor dos resgates desta segunda-feira)

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