Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Wall Street ajusta estratégias à espera de segunda vaga de infeção

À medida que o número de novos casos vai aumentando nos Estados Unidos, os investidores ajustam as suas apostas a olhar para uma segunda vaga de covid-19.

20 de Junho de 2020 às 14:00
  • ...

À medida que o mundo se prepara para uma possível segunda vaga de infecções de covid-19, o mercado acionista está a precificar uma economia global em expansão, os títulos apontam para uma desaceleração prolongada e a volatilidade cambial está a aumentar.

Os investidores sentem-se cada vez mais desconfortáveis com esses sinais conflituosos entre as classes de ativos, mas também se resignam e ajustam as estratégias.

As estratégias experimentadas e testadas que direcionavam investidores para ativos de renda variável nos bons tempos e para os títulos na crise começaram a ser desfeitas há uma década, diante da política monetária não convencional. Os bancos centrais aumentam a resposta ao vírus e governos prometeram mais de 8.000 mil milhões de dólares em estímulo fiscal para combater o impacto da pandemia.

"É uma mudança brusca nos mercados e, no centro de tudo isso, sem dúvida, estão os esforços da Reserva Federal para reativar a economia", disse Shyam Devani, estratega-chefe da SAV Markets, em Singapura.

Acrescentou que "há vislumbres dos investimentos na crise financeira de 2008, mas desta vez, em ações, títulos e moedas, há uma sensação de que as apostas podem ser maiores".

 

O índice MSCI que acompanha ações internacionais mostra empresas a negociar mais de 19 vezes acima do lucro estimado para o próximo ano. Esses níveis não eram vistos desde a explosão das dot.com. E o preocupante é que surgem quando milhões pessoas perdem o emprego, na crise mais complicada desde a Segunda Guerra Mundial segundo as Nações Unidas. 

"O fato de o banco central da moeda mundial de reserva estar a comprar tudo, de títulos públicos a dívidas corporativas, está a fazer todos os barcos flutuarem", disse Devani. "O ponto de inflexão será quando houver clareza suficiente sobre qual é o impacto a longo prazo do vírus". 

Mas esse ponto não chegou, e alguns investidores de renda variável esperam variações altas pelo menos até o fim de 2020.

"O dinheiro bombeado por bancos centrais e governos manterá índices de preço/lucro mais altos e teremos que trabalhar com isso", disse Nader Naeimi, analista da AMP Capital, em Sidney. "Índices de preço/lucro se correlacionam com excesso de liquidez".


Otimistas sugerem que os lucros podem recuperar para justificar as variações.

Ver comentários
Saber mais Shyam Devani economia negócios e finanças economia negócios e finanças finanças (geral) economia (geral)
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio