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Vírus avança nos EUA e titãs do “private equity” viram-se para a Europa

Os Estados Unidos já não são o centro do universo do private equity.

Bloomberg
18 de Julho de 2020 às 13:00
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As empresas anunciaram acordos de 143 mil milhões de dólares fora dos EUA no primeiro semestre, ou quase 60% do total mundial, segundo dados compilados pela Bloomberg. O valor está próximo do nível mais elevado de um ano completo em quase duas décadas. E, pela primeira vez desde 2003, nenhum alvo dos EUA estava entre as cinco maiores transações.

Como os Estados Unidos a registarem ainda milhares de novos infetados diariamente, as empresas de private equity têm demorado mais a fechar negócios, já que os investidores não podem encontrar-se pessoalmente e as empresas continuam em modo de "hibernação". Ao mesmo tempo, há um vencedor a emergir da crise: cerca da metade da atividade fora dos EUA este ano veio da Europa.

"Isso aponta para a tendência de longo prazo de grandes negócios fora dos EUA à medida que os mercados internacionais amadurecem", disse Scott Moeller, diretor do Centro de Research de Fusões e Aquisições da City, University of London. "Também parece que a covid-19 está a atingir os EUA com mais força, o que afeta a capacidade de fazer negócios, apesar das grandes quantias disponíveis para os fundos de private equity."

O setor de private equity começou 2020 com mais dinheiro disponível do que nunca, de acordo com a Preqin, e as reservas subiram para quase 1,5 biliões de dólares a 30 de junho com a desaceleração das transações. A captação de recursos também caiu no segundo trimestre, porque as medidas de isolamento social mantiveram os investidores em casa.

A mudança do primeiro semestre mostra a natureza cada vez mais global do private equity, mesmo quando os EUA ainda representam a maior parte das transações. A atividade na Europa foi impulsionada pelo maior acordo do setor anunciado este ano: a aquisição de 17,2 mil milhões de euros da unidade de elevadores da Thyssenkrupp, com sede na Alemanha, por um consórcio liderado pela Advent International e Cinven.

À medida que as economias europeias emergem do confinamento, os negociadores procuram mais empresas que queiram vender unidades durante o segundo semestre. A divisão de chá da Unilever está à espera de ofertas, com a Advent, Bain Capital e Blackstone entre os possíveis pretendentes, informou a Bloomberg em junho. Um consórcio de private equity está entre os candidatos finais à unidade de classificados do EBay, segundo fontes próximas.

A gigante de cervejas Molson Coors Beverage planeia vender cerca de 3 mil milhões de euros em ativos europeus, num acordo que poderia atrair o interesse de investidores de private equity.

"A Europa passou pelo vírus antes e agora está a sair mais cedo", disse Ajit Nedungadi, sócio-gestor da TA Associates. "Essa melhoria oferece aos patrocinadores financeiros mais visibilidade sobre ganhos futuros e maior confiança."

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