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UE poderia injetar na economia 200 mil milhões ao ano de poupanças, acredita ex-membro do BCE Christian Noyer

Para enfrentar o grande financiamento que o bloco necessita, o antigo governador de França propõe que se invista mais dinheiro em ações.

Johanna Geron/Reuters
Mariana Ferreira Azevedo 26 de Abril de 2024 às 12:37
A União Europeia (UE) poderia desembolsar 200 mil milhões de euros por ano para fomentar a economia real, se o bloco melhorasse a maneira como está a aplicar as suas poupanças, acredita Christian Noyer, antigo membro do Banco Central Europeu (BCE), citado pela Bloomberg.

A região tem necessidades de financiamento que se aproximam de 1 bilião de euros por ano até 2030, indica uma relatório publicado esta semana, que apelava a uma ação urgente. Uma melhor organização da base de investimento de toda a região poderia ajudar a colmatar esta lacuna, indica Christian Noyer.

"Podemos fazê-lo na União Europeia porque temos uma taxa de poupança muito elevada e, simplesmente, este dinheiro não está a ser suficientemente bem direcionado", aponta o antigo governador do Banco de França. "Vai demasiado [dinheiro] para investimentos no estrangeiro e não o suficiente para ações", acrescentou.

Segundo o próprio, a introdução de novos instrumentos de mercado poderia ajudar a acelerar a rotação de ativos nos bancos europeus e permitir que estes concedessem mais empréstimos a setores que necessitam de investimento, como a energia e as infraestruturas. 

Noyer apelou ainda à Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados que reforce o seu papel e se torne um motor de um sistema de supervisão único, semelhante ao que o Mecanismo Único de Supervisão se tornou no setor bancário, uma vez que a fragmentação da supervisão conduz a custos e ineficácia.

Os líderes europeus estão-se a preparar para eliminar as barreiras que os Estados-membros possam estar a impor aos mercados de capitais, com uma União dos Mercados de Capitais (UMC).

O acordo, que já tinha sido proposto há uma década por alguns ministros das Finanças dos países da UE, foi posto novamente em cima da mesa pelo chanceler alemão Olaf Scholz e o presidente francês Emmanuel Macron, que pediram que este passasse a ser negociado pelos líderes dos Estados-membros.
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