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Toshiba considera oferta de 20 mil milhões para sair de bolsa
Esta proposta de sair de bolsa pode também significar uma proteção para a atual gestão, que tem estado debaixo dos holofotes.
A Toshiba está a considerar uma proposta de 20 mil milhões de dólares avançada pela CVC Capital Partners, que com este investimento pretende retirar a empresa japonesa de bolsa.
A notícia está a ser avançada pela Reuters, com base em fontes próximas da matéria que preferiram não ser identificadas, mas a empresa já confirmou: "A Toshiba recebeu uma proposta inicial ontem, e vai pedir mais esclarecimentos e considerá-la cuidadosamente", afirmou a empresa, em declarações à Reuters.
A CVC está a considerar oferecer um prémio de 30% sobre as atuais cotações da Toshiba, numa oferta não hostil, o que avalia este negócio em 2,3 biliões de ienes (17,66 mil milhões de euros), com base no preço de fecho de terça-feira. As ações da Toshiba já dispararam 18%.
Esta proposta de sair de bolsa pode também significar uma proteção para a atual gestão, que tem estado debaixo dos holofotes. Os acionistas aprovaram recentemente uma investigação à empresa, e a gestão tem estado sob pressão desde que em 2017 a unidade de energia nuclear que tem nos Estados Unidos faliu, o que levou a empresa japonesa a vender 600 mil milhões de ienes em ações a dezenas de hedge funds estrangeiros.
Para a CVC, esta é uma oportunidade de expansão, uma altura em que as empresas japonesas estão sob pressão para entregarem um maior retorno aos acionistas. Caso a Toshiba decida aceitar a proposta, está será profundamente escrutinada pelo Governo, já que a Toshiba fabrica materiais sensíveis como reatores nucleares e as baterias de lítio que são usadas nos submarinos militares do Japão.
"Apesar de ter enfrentado a bancarrota, a Toshiba é uma das empresas líderes no Japão. Tem também muitos negócios ligados a políticas governamentais, pelo que parece um pouco irrealista que esta se torne uma empresa privada e detida por estrangeiros", comenta um dos analistas da Iwai Cosmo Securities, em declarações à Reuters.