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"Swaps" escalam para recordes com agravamento do risco da dívida da Rússia

Os contratos que asseguram a dívida pública russa a cinco anos contra riscos sinalizam uma probabilidade de 56% de o país entrar em incumprimento devido à invasão da Ucrânia.

Bloomberg
28 de Fevereiro de 2022 às 15:16
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O custo pedido pelas seguradoras para cobrir a dívida pública da Rússia disparou para o valor mais elevado de sempre. Os contratos de "swap" -- que são usados para fazer cobertura de risco contra fortes subidas inesperadas nos custos de financiamento -- nunca foram tão caros como nesta altura, em que o país invadiu a Ucrânia gerando uma onda de sanções internacionais ao sistema financeiro e à revisão em baixa do "rating" para o nível de "lixo".

Os dados compilados pela ICE, a que a Bloomberg teve acesso, indicam que os contratos de seguros de 10 milhões de dólares em dívida pública russa a cinco anos estavam a negociar com um custo antecipado de 4 milhões de dólares a que acrescem 100 mil dólares anuais. Pela primeira vez na história da Rússia, o preço de proteção da dívida russa não está a negociar em pontos base com as financeiras a exigirem pagamento antecipado devido ao aumento da perceção de risco.

Os "swaps" a cinco anos sinalizam assim uma probabilidade de 56% de o país entrar em incumprimento. A um ano, a probabilidade é de 40%, sendo que em todas as maturidades o volume de negociação destes contratos está a ser superior à média com os investidores também a refletirem os receios relacionados com o conflito.

Na madrugada de quinta-feira, a Rússia lançou uma ofensiva armada em direção à Ucrânia, o que motivou fortes sanções internacionais, incluindo em grandes áreas do sistema bancário russo. Em reação, a agência de notação financeira Standard & Poor's desceu o "rating" da Rússia e da Ucrânia em um nível para cada país.

"Acreditamos que as sanções anunciadas podem ter um efeito direto significativo e repercussões na atividade económica e comercial, na confiança dos consumidores e na estabilidade financeira, e também antecipamos que as tensões geopolíticas tenham impacto na confiança do setor privado, atingindo o crescimento económico", afirmou num relatório divulgado na sexta-feira.

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