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S&P mantém "rating" e perspectiva para Portugal

A agência de notação financeira mostrou-se mais optimista do que a Fitch e reiterou a classificação da dívida soberana de Portugal, bem como o seu "outlook".

18 de Março de 2016 às 16:49
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A Standard & Poor’s manteve o "rating" da dívida soberana de longo prazo de Portugal em BB+, que é o primeiro nível do chamado "lixo" (investimento especulativo). Ou seja, continua a um nível de regressar à categoria de investimento de qualidade.

Quanto à perspectiva para a evolução futura do "rating" de Portugal, também ficou inalterada, permanecendo "estável".

A S&P refere, no seu relatório divulgado esta sexta-feira, que espera que a retoma económica em Portugal seja moderada em 2016, após dois anos de crescimento. "Estimamos que o sólido desempenho de Portugal ao nível das exportações em 2015 não deverá prosseguir no mesmo ritmo, dadas as incertezas em torno do panorama económico mundial desde o início de 2016", destaca o documento.


Por outro lado, "pensamos que o novo Governo continuará comprometido com políticas que sustentem uma consolidação orçamental adicional", sublinha, acrescentando que o "rating" de Portugal é sustentado pela convicção da agência quanto a "uma resiliência do sector exportador, continuação da consolidação orçamental, um perfil da maturidade da dívida soberana significativamente melhorado e uma postura monetária acomodatícia".

Estes factores, frisa a S&P, contribuem para manter os custos de financiamento do Estado em níveis sustentáveis.

Do lado negativo, a agência continua a identificar os mesmos factores de pressão sobre o "rating", nomeadamente o elevado endividamento dos sectores público e privado, a fragilidade do sector bancário nacional e o débil mecanismo de transmissão monetária.

Todos estes factores "penalizam o potencial de crescimento económico de Portugal no médio a longo prazo", considera.

O facto de manter a perspectiva "estável" reflecte um equilíbrio de duas posições, explica a agência: "o ‘outlook’ estável equilibra as nossas projecções de uma retoma económica modesta e de uma consolidação orçamental gradual nos próximos dois anos com os riscos de um enfraquecimento do contexto de crescimento externo, de um prolongado processo de desendividamento do sector privado, dos riscos no sector financeiro e dos potenciais desvios nas políticas económicas e orçamentais", salienta o relatório.


No passado dia 4 de Março, recorde-se, a Fitch reiterou o "rating" de Portugal em "BB+", o primeiro nível de lixo, mas baixou a perspectiva de "positiva" para "estável". A agência justificou a decisão com o facto de o défice de 2015 ter ficado muito acima do esperado e a meta de 2016 estar também em risco.

A Moody’s tem agendado o próximo dia 6 de Maio para se pronunciar sobre a dívida soberana de Portugal, mas esta esta terça-feira, 15 de Março, emitiu já um relatório onde sublinhou as forças e fraquezas do país.

A agência, que tem uma perspectiva "estável" para as obrigações portuguesas e um "rating" de Ba1 (primeiro nível de "lixo", tal como a Fitch e S&P; só a canadiana DBRS é que tem a dívida portuguesa em categoria de investimento de qualidade), considera que entre as forças do crédito de Portugal estão a economia relativamente saudável e diversificada, o equilíbrio orçamental significativamente melhorado e o forte empenho do Governo para com reformas económicas e orçamentais, bem como a conclusão bem sucedida do programa de três anos de ajuda externa.

Entre as debilidades estão o elevado encargo da dívida externa e pública e as perspectivas de um crescimento económico moderado.


(notícia actualizada às 18:10)

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