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Société Générale AM vai abrir representação em Portugal

A Société Générale Asset Management (SGAM) quer reforçar o seu posicionamento em Portugal. Alfonso Torroba, "country manager", e Amâncio Carvalho, responsável pelas vendas, explicam a nova estratégia, que passa pela abertura de um escritório e pela aposta

08 de Fevereiro de 2007 às 15:41
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A Société Générale Asset Management (SGAM) quer reforçar o seu posicionamento em Portugal. Alfonso Torroba, "country manager", e Amâncio Carvalho, responsável pelas vendas, explicam a nova estratégia, que passa pela abertura de um escritório e pela aposta na gestão alternativa.

A SGAM está a mudar o seu posicionamento no mercado português. Porquê?

Alfonso Torroba: É muito importante cobrir todos os mercados da Península Ibérica. Quando se entra num mercado, primeiro é necessário conhecer as suas características e construir massa crítica suficiente para conseguir obter resultados. Há uma grande tendência para comparar o mercado português com o espanhol, e é só a ignorância que leva as pessoas a considerar que os dois mercados são iguais. Isso não é verdade.

A nova estratégia passa por que mudanças?

AT: Há cerca de um ano, contratámos um português para fazer uma cobertura mais profunda do mercado. Temos também registado mais fundos na CMVM e queremos reforçar a nossa oferta nos próximos meses, com novos temas. Mas a nossa grande aposta vai ser a abertura de um escritório em Lisboa, que será um momento decisivo.

Quando está prevista a abertura?

AT: O mais rapidamente possível, depende da evolução do negócio e de uma série de questões logísticas. Acho que só será possível, no mínimo, dentro de um ano.

Amâncio Carvalho: Para abrir um escritório de representação, é necessário ter algumas infra-estuturas. É também necessário que seja financeiramente viável, o que depende do volume de activos que se tem no País. Sabemos que temos tido uma presença no mercado muito discreta, mas agora queremos mudar essa situação. No entanto, há um longo caminho a percorrer antes de poder abrir um escritório em Lisboa, que agora é uma nova prioridade da SGAM.

Falou da importância de conhecer o mercado e as suas diferenças em relação a Espanha. A que diferenças se refere?

AT: Quando se conhece um pouco mais o mercado, as diferenças são imediatas. Embora sejam países do Sul da Europa, a verdade é que a idiossincrasia dos dois mercados é totalmente diferente. O mercado espanhol é dominado por produtos de capital garantido, enquanto que em Portugal há um misto entre produtos garantidos e estruturados sem garantia de capital. O mercado de retalho português é também mais sofisticado e esclarecido, isso deve-se em parte ao grande desenvolvimento da banca electrónica em Portugal, que está muito à frente da espanhola. Quando digo isto, não estou a referir-me aos volumes, mas antes à inovação e ao índice de penetração. Em volumes há uma diferença óbvia, que tem a ver com o facto de Espanha ser quase cinco vezes maior do que Portugal. Refiro-me ao nível de penetração. A tecnologia em Portugal está muito mais avançada, o que terá grandes frutos a médio prazo. Mas claro que existem semelhanças, a maior passa pela bancarização dos respectivos sistemas financeiros.

Então a dimensão do mercado português não é uma desvantagem?

AT: Claro que não. Nos 11 anos em que sou responsável pela SGAM na Península Ibéria, 50% do meu negócio nos primeiros seis anos vinha de Andorra. Este valor significa que a dimensão não é decisiva para ter índice de penetração. O importante é ter uma oferta adequada. Nós temos condições para ter uma oferta muito diversificada no mercado português, com produtos inovadores.

Mas a vossa oferta actual em Portugal está concentrada em acções e obrigações...

AC: Até agora sim, temos produtos de gestão tradicional, através da nossa SICAV SGAM, que é composta por 60 fundos de acções, obrigações e monetários. Mas a SGAM tem várias áreas especializadas em investimentos alternativos. Por exemplo, a SGAM Alternative Investiments é especializada em quatro áreas: produtos estruturados, "hedge funds", "private equity" e imobiliário. Embora o que é conhecido em Portugal seja mais a nossa gestão tradicional, vamos ampliar a nossa oferta as outras estratégias de investimento, com produtos mais inovadores.

Vão apostar, assim, em produtos com maior risco?

AC: Não são necessariamente produtos com maior risco, mas sim de retorno absoluto. A gestão alternativa é sempre tida como um investimento mais arriscado, porque as entidades gestoras dão pouca informação sobre o estilo de gestão.

AT: Gestão alternativa é tudo o que não é tradicional, não somente "hedge funds". A SGAM é uma gestora global que aposta na cobertura e especialização de todos os tipos de activos. Nós somos inovadores e agora temos ideias fantásticas que queremos trazer para Portugal. Mas não posso adiantar mais.

Qual o objectivo para 2007?

AT: Vamos trabalhar muito este ano para atingirmos até 2008 o objectivo de 300 a 350 milhões de euros. Parece-me um valor razoável, mesmo partindo do actual valor de 100 milhões de euros.

E a médio prazo, em quatro anos, por exemplo?

AT: Gostaria muito de ter um escritório bem afirmado no mercado. De algum modo, Portugal ainda está por descobrir, daí a nossa aposta ser muito séria. Queremos estar, como em Espanha, entre as dez maiores gestoras estrangeiras do mercado português. Temos todos os instrumentos para atingir esse objectivo. Conseguimos estar permanentemente a oferecer novos produtos e inovações ao mercado português, que nos irão permitir atingir uma posição de referência.

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