O setor do capital de risco continua a crescer. No ano passado, o valor dos ativos sob gestão cresceu 29% para 9.254 milhões de euros, de acordo com o relatório sobre este tema publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários( CMVM).

Esta subida deu-se por duas vias: "quer no investimento efetuado diretamente através da carteira própria das sociedades de capital de risco, quer através dos organismos de investimento alternativo (OIA)".

As sociedades de capital de risco aumentaram a carteira própria de 211 para 273 milhões de euros, o que implica uma subida 30%, em termos homólogos, enquanto os ativos sob gestão nos OIA de capital de risco cresceram 29% para 8.981 milhões de euros.

Os organismos de investimento alternativo – que podem, no âmbito da lei, investir em instrumentos de capital próprio, alheios ou híbridos, bem como aplicar dinheiro noutros OIA de capital de risco - continuam a ser o o veículo preponderante na realização de investimentos pelo capital de risco, tendo um peso superior a 97% no total de ativos sob gestão.

No final do ano passado, havia 76 entidades gestoras que estavam autorizadas a gerir OIA de capital de risco, mais três do ano anterior.

Por sua vez, o número de entidades gestoras com OIA de capital de risco com atividade efetiva passou de 60 em 2022 para 685 em 2023. O número de OIA de capital de risco também aumentou, estando em atividade, em dezembro de 2023, 284 fundos, incluindo 35 compartimentos autónomos.

Deste tipo de organismos, só 6,7% apresentava uma dimensão igual ou superior a 100 milhões de euros, mas os respetivos ativos sob gestão correspondiam a 40% da totalidade dos OIA de capital de risco.

Já os OIA com uma dimensão igual ou superior a dois milhões de euros e inferior a 10 milhões de euros representavam 33% do número total de OIA, mas apenas 5,8% dos ativos sob gestão de todos os OIA.

O número de participantes em OIA de capital de risco também aumentou, em concreto 39%, para um total de 14 981 participantes.