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SAP baixa previsões e afunda mais de 21% na maior quebra desde 1999
A queda nas ações da SAP pode ter um efeito de contágio entre as empresas do mesmo setor na Europa, avisam os analistas do Citigroup.
A empresa alemã de software SAP afundou mais de 21%, a maior queda intradiária desde 1999, depois de a empresa ter cortado as previsões de receitas para este ano, admitindo também que uma nova onda de confinamentos afete a procura na primeira metade de 2021.
A quebra nas ações ascendeu aos 21,50%, o que colocou o valor das mesmas nos 98,88 euros, um mínimo que não era tocado desde o início de março, ou seja desde o começo da pandemia. Este resvalar nas ações equivale a uma perda de 28 mil milhões de euros no valor de mercado da SAP.
A pandemia vai adiar os planos da empresa para lucrar com a tecnologia de cloud, afetando também as vendas gerais e o lucro operacional durante um a dois anos, afirmou a SAP este domingo. A SAP diz que espera um crescimento limitado e melhorias marginais nos próximos dois anos, tendo adiado as metas estratégicas relativas a 2023 para 2025. O CEO, Christian Klein, avisa que conta com uma recuperação conservadora na primeira metade do próximo ano.
De acordo com as mais recentes previsões, a empresa de software espera receitas ajustadas entre 27,2 mil milhões de euros e 27,8 mil milhões, quando antes o intervalo se situava entre os 27,8 mil milhões e os 28,5 mil milhões de euros.
As previsões para este ano que são agora alteradas baseavam-se na crença de que "as economias iriam reabrir e que os confinamentos iriam aliviar, levando a uma melhoria gradual do cenário da procura nos terceiro e quarto trimestres. "O alerta quanto às ambições de médio-prazo era esperado/temido pelo mercado, mas as novas ambições são mais baixas que as expetativas mais pessimistas", escrevem os analistas da Oddo BHF, citados pela Bloomberg.
A queda nas ações da SAP pode ter um efeito de contágio entre as empresas do mesmo setor na Europa, avisam os analistas do Citigroup. O índice StoxxTechnology já caiu até 6,3%, a maior perda intradiária desde março.