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Rigor do Outono europeu afunda bolsas mundiais

A bolsa italiana cai 4,5%. No resto da Europa, só a praça lisboeta perde menos de 2%. Nos EUA, os mercados accionistas estão também a afundar. Investidores têm os olhos postos na dívida soberana de Itália, que está em recordes desde a entrada no euro. Títulos financeiros afundam com a desconfiança generalizada.

09 de Novembro de 2011 às 15:35
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Tempestade perfeita nas bolsas europeias e norte-americanos. A crise da dívida europeia pode voltar a mergulhar o mundo numa recessão e o FMI diz já que esta pode ser uma “década perdida”.

Depois das tensões políticas na Grécia, que levaram às negociações para um governo de unidade nacional – espera-se ainda pelo anúncio do líder deste governo de transição, em substituição de George Papandreou – Itália mergulhou também numa espiral de problemas.

O primeiro-ministro italiano conseguiu que fosse ontem aprovado no Parlamento o fecho de contas do Estado de 2010, mas perdeu a maioria absoluta. Poucas horas depois, Silvio Berlusconi prometeu a sua demissão e já disse que não vai recandidatar-se e que haverá eleições em Fevereiro.

Os mercados accionistas reagiram em alta, mas hoje começaram a digerir a situação de outra forma. As obrigações soberanas de Itália estão em máximos desde a entrada no euro devido aos receios de que o país tenha de recorrer a ajuda externa e há já quem esteja, na banca, a fazer contas à exposição à dívida soberana de Itália.

Num ano, os cinco líderes dos chamados PIIGS – Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha – caíram, vítimas da crise da dívida soberana. O receio que agora impera é que Itália possa vir a precisar de ser resgatada, numa altura em que não estão ainda delineados os pormenores do reforço do fundo europeu de resgate (FEEF).

Na cimeira de 26 e 27 de Outubro, os líderes da Zona Euro acordaram na intenção de reforçar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira de 440 mil milhões de euros para 1 bilião de euros.
Na Europa, a bolsa que mais afunda é, precisamente, a italiana. A descida é de 4,48% e o sector que mais penaliza é o financeiro, à semelhança do que está a suceder no resto do mundo.

A queda dos títulos financeiros agravou-se depois de a LCH Clearnet, uma casa de “clearing” sedeada no Reino Unido, ter anunciado um aumento das margens associadas aos contratos que envolvam títulos de dívida pública de Itália.

Recorde-se que as câmaras de compensação (“clearing houses”) são serviços autónomos da bolsa responsáveis pelo registo, compensação e liquidação, gestão dos mecanismos de segurança e controlo do risco das operações sobre contratos de futuros e opções aí negociados.

Por outras palavras, as câmaras de compensação funcionam como uma garantia adicional às transacções, competindo-lhes compensar uma das partes caso a outra seja incapaz de honrar as suas responsabilidades. Assim, as empresas que pedem a adesão a uma câmara de compensação, estão a diminuir o risco das suas operações.

Na Europa, o sector bancário mergulha 4,39%. Das 43 entidades que compõem o índice sectorial da banca no índice Stoxx 600, apenas uma está a subir (Valiant) e as acções que mais penalizam a tendência são o Dexia, Alpha Bank, Unicredit e BCP.
Por cá, o PSI-20 cai 1,41% e nas restantes praças da Europa Ocidental o recuo é superior a 2%. Na Grécia, que já encerrou, a bolsa de Atenas caiu 3,21%.

Do outro lado do Atlântico, o movimento é similar, com os três principais índices norte-americanos – Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 – a cederem mais de 2%.



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