Notícia
"Condições das empresas nacionais justificam optimismo"
O Espírito Santo Portugal Acções obteve o melhor desempenho entre os fundos de acções nacionais, no segundo trimestre, suportado na aposta em empresas como a Sonae SGPS, Sonaecom, e Mota-Engil. Para os próximos seis meses, e acreditando na melhoria dos indicadores económicos, o gestor José Carlos Valente, afirma ao Negócios, em entrevista por "e-mail", que vê oportunidades nas empresas mais cíclicas, e também no sector financeiro.
06 de Julho de 2009 às 00:01
O Espírito Santo Portugal Acções obteve o melhor desempenho entre os fundos de acções nacionais, no segundo trimestre, suportado na aposta em empresas como a Sonae SGPS, Sonaecom e Mota-Engil. Para os próximos seis meses, e acreditando na melhoria dos indicadores económicos, o gestor José Carlos Valente afirma ao Negócios, em entrevista por email, que vê oportunidades nas empresas mais cíclicas, e também no sector financeiro.
Depois um semestre claramente positivo, que sectores poderão gerar retornos mais elevados nesta segunda metade do ano?
Existem sempre desequilíbrios que resultam em oportunidades após fortes correcções ou fortes valorizações nos mercados accionistas - a forte correcção a que assistimos nos mercados accionistas até Março de 2009 não deverá ser uma excepção. A aversão aos mercados accionistas originou uma elevada rotação sectorial dos investidores para sectores mais defensivos, em contrapartida de sectores mais cíclicos e do sector da banca. Acreditamos também que seja nestes últimos que surjam as oportunidades mais atractivas para os nossos subscritores, caso as condições macroeconómicas propiciem um ambiente económico mais favorável.
E há bases fundamentais para a recuperação que se tem observado?
Apesar de ser ainda demasiado cedo para dizer que o ciclo económico se encontra em clara recuperação, é inquestionável que alguns indicadores avançados demonstram já algumas melhorias na situação económica, ou pelo menos demonstram um abrandamento do ritmo de deterioração. O passado ensinou-nos que os mercados accionistas tendem a antecipar as recuperações económicas muito antes de esta ser evidente na economia real.
Que factores ditarão o rumo das bolsas no curto/médio prazo?
A sustentabilidade dos mercados accionistas estará correlacionada com a recuperação proveniente dos dados macroeconómicos provenientes dos EUA e da Zona Euro e com a resiliência demonstrada pelas economias emergentes (principalmente da chinesa, que tem sido um dos grandes vectores do crescimento mundial). É fundamental para uma recuperação económica que se assista a uma total estabilização do sistema financeiro, que os dados provenientes do mercado de trabalho demonstrem sinais de estabilização, que as taxas de juro se mantenham baixas (para tal é necessário que não existam sinais inflacionistas) e que o consumo comece a recuperar.
Podemos esperar um desempenho positivo do PSI-20 em 2009?
Existem condições particulares nas empresas nacionais que justificam um certo optimismo, ou que, no mínimo, nos fazem acreditar que as mesmas estão bem posicionadas para ultrapassar, ou até saírem mais fortalecidas desta crise económica.
A diminuição da actividade doméstica em Portugal e nos mercados mais desenvolvidos tem sido colmatada pelo dinamismo criado entre a tríade Portugal, Brasil e Angola, que continua a ser um pólo de crescimento para as empresas portuguesas. De salientar a Europa de Leste, que se tem vindo a assumir como um mercado de forte potencial para algumas empresas, como a Jerónimo Martins e a Mota-Engil.
No primeiro semestre, o Espírito Santo Portugal Acções registou uma rendibilidade de 22,6%. Quais foram as principais apostas para quase duplicar o desempenho do PSI-20?
As empresas nacionais que permitiram duplicar o desempenho do PSI-20 foram a Sonae SGPS, Mota-Engil, Soares da Costa, Galp Energia e Sonaecom. Empresas em que possuíamos uma exposição superior nos fundos nacionais quando comparadas com o peso destas no índice PSI-20, o que originou grande parte da diferença para o PSI-20.
Qual a importância das empresas de menor capitalização para este desempenho? E quais foram as "apostas" do Espírito Santo Portugal Acções?
O "stock picking" resultante da analise fundamental dos títulos do PSI-20, entre outras variáveis, tenta filtrar empresas com uma relação retorno\risco atractivas, que apresentem "cash flows" resilientes ao ciclo económico e que estejam a transaccionar a múltiplos conservadores quando comparados com a sua média histórica. O que nos levou a constituir posições relevantes em empresas como a Mota-Engil, Soares da Costa e a Glintt.
Depois um semestre claramente positivo, que sectores poderão gerar retornos mais elevados nesta segunda metade do ano?
E há bases fundamentais para a recuperação que se tem observado?
Apesar de ser ainda demasiado cedo para dizer que o ciclo económico se encontra em clara recuperação, é inquestionável que alguns indicadores avançados demonstram já algumas melhorias na situação económica, ou pelo menos demonstram um abrandamento do ritmo de deterioração. O passado ensinou-nos que os mercados accionistas tendem a antecipar as recuperações económicas muito antes de esta ser evidente na economia real.
Que factores ditarão o rumo das bolsas no curto/médio prazo?
A sustentabilidade dos mercados accionistas estará correlacionada com a recuperação proveniente dos dados macroeconómicos provenientes dos EUA e da Zona Euro e com a resiliência demonstrada pelas economias emergentes (principalmente da chinesa, que tem sido um dos grandes vectores do crescimento mundial). É fundamental para uma recuperação económica que se assista a uma total estabilização do sistema financeiro, que os dados provenientes do mercado de trabalho demonstrem sinais de estabilização, que as taxas de juro se mantenham baixas (para tal é necessário que não existam sinais inflacionistas) e que o consumo comece a recuperar.
Podemos esperar um desempenho positivo do PSI-20 em 2009?
Existem condições particulares nas empresas nacionais que justificam um certo optimismo, ou que, no mínimo, nos fazem acreditar que as mesmas estão bem posicionadas para ultrapassar, ou até saírem mais fortalecidas desta crise económica.
A diminuição da actividade doméstica em Portugal e nos mercados mais desenvolvidos tem sido colmatada pelo dinamismo criado entre a tríade Portugal, Brasil e Angola, que continua a ser um pólo de crescimento para as empresas portuguesas. De salientar a Europa de Leste, que se tem vindo a assumir como um mercado de forte potencial para algumas empresas, como a Jerónimo Martins e a Mota-Engil.
No primeiro semestre, o Espírito Santo Portugal Acções registou uma rendibilidade de 22,6%. Quais foram as principais apostas para quase duplicar o desempenho do PSI-20?
As empresas nacionais que permitiram duplicar o desempenho do PSI-20 foram a Sonae SGPS, Mota-Engil, Soares da Costa, Galp Energia e Sonaecom. Empresas em que possuíamos uma exposição superior nos fundos nacionais quando comparadas com o peso destas no índice PSI-20, o que originou grande parte da diferença para o PSI-20.
Qual a importância das empresas de menor capitalização para este desempenho? E quais foram as "apostas" do Espírito Santo Portugal Acções?
O "stock picking" resultante da analise fundamental dos títulos do PSI-20, entre outras variáveis, tenta filtrar empresas com uma relação retorno\risco atractivas, que apresentem "cash flows" resilientes ao ciclo económico e que estejam a transaccionar a múltiplos conservadores quando comparados com a sua média histórica. O que nos levou a constituir posições relevantes em empresas como a Mota-Engil, Soares da Costa e a Glintt.