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Produção de petróleo da Rússia vai encolher 25%, estima AIE

A Agência Internacional de Energia acredita que a guerra na Ucrânia vai ter consequências pesadas para o setor energético e a economia mundial em 2022.

O afastamento da Europa da energia russa vai obrigar a grandes investimentos públicos e privados.
Sergei Karpukhin/Reuters
16 de Março de 2022 às 11:58
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A produção de petróleo da Rússia poderá cair cerca de um quarto já no próximo mês, alertou a Agência Internacional de Energia (AIE), no seu relatório mensal esta quarta-feira. A invasão da Ucrânia fez os países ocidentais avançarem com uma série de sanções económicas a Moscovo, levando várias empresas a cortarem as suas relações com o país, muitas delas energéticas como a Shell, a Total Energies e a Prio, que anunciaram o corte nas importações de petróleo russo.

A AIE estima que a situação venha a provocar uma queda mundial de 35%, em 2022, nas estimativas da procura por crude. O aumento estimado para este ano era de 3,23 milhões de barris por dia para uma média total de 100,6 milhões por dia. Os valores baixaram para uma aumento de apenas 2,11 milhões por dia, dando um total de 99,7 milhões de barris por dia.

A agência indica, no relatório, que a alta dos preços, provocada pela redução da procura e da produção na Rússia "vai fazer aumentar também a inflação, os preços da eletricidade doméstica e é provável que provoque reações nas políticas dos bancos centrais - como um impacto negativo no crescimento económico".

A AIE estima ainda que os preços altos vão impactar mais a gasolina e o jet fuel do que o gasóleo, sendo esperadas quebras no abastecimento de combustíveis, com as refinarias a enfrentarem dificuldades em substituir os produtos refinados vindos da Rússia.

"Preencher a lacuna dos produtos será um grande desafio para as refinarias, que vão ter dificuldade em obter matérias-primas alternativas e enfrentam uma capacidade operacional limitada de refino", indica o relatório, sublinhando que "o crude global não vai recuperar para os níveis pré-pandémicos, ficando abaixo dos valores de 2017."

Os mercados mundiais agora enfrentam um déficit nos próximos dois trimestres, em vez dos excedentes anteriormente previstos, sublinha a agência, o que vai obrigar os países a esgotar ainda mais os seus stocks de petróleo que já estão no nível mais baixo desde 2014.
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