Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Principais mercados accionistas estão "extremamente subvalorizados"

O Millennium bcp salienta, em nota de "research", o actual cenário de ajustamento em baixa das estimativas de crescimento dos resultados das empresas, "o que, na grande maioria das vezes, é negativo para as acções".

15 de Janeiro de 2008 às 00:01
  • ...

O Millennium bcp salienta, em nota de "research", o actual cenário de ajustamento em baixa das estimativas de crescimento dos resultados das empresas, "o que, na grande maioria das vezes, é negativo para as acções".

"O que se passa no 4º trimestre de 2007 nos EUA é um bom exemplo e, do nosso ponto de vista, a principal razão da má performance dos principais mercados accionistas", refere a análise do banco, liderada por António Seladas, responsável pelo departamento de "research" acções  do Millennium Investment Bank.

Esta evolução negativa é, de alguma forma, consistente com a evolução do ISM (medida macroeconómica qualitativa sobre a economia norte-americana divulgada mensalmente  e que permite avaliar o ritmo do sector industrial), que está agora abaixo do importante nível dos 50 (que separa expansão de contracção), salienta o analista.

No que diz respeito à Zona Euro, até ao momento ainda não se verificaram maiores ajustamentos, refere a análise do BPC, sublinhando que "não deixa de ser interessante realçar a forte resistência desta região, reflectida numa estabilidade dos PMI" (indicador semelhante ao ISM, mas para a Zona Euro).

No entanto, o Millennium considera que este ambiente não se manterá e que se irá assistir, no primeiro semestre de 2008, a um processo semelhante ao que se verifica actualmente nos EUA, em termos de revisões em baixa dos resultados das empresas. Mas prevê que o cenário não seja tão severo, "uma vez que a economia Zona Euro é habitualmente menos volátil". Este aspecto explica em boa parte a má "performance" recente dos mercados accionistas, refere o banco.

Assim sendo, a principal questão que se coloca é saber quanto tempo demorará este ajustamento em termos de revisão em baixa de resultados e crescimento, diz a nota de "research". "Procurámos no comportamento passado do ISM e observámos quanto tempo seguido este indicador se mantinha abaixo dos 50. Analisando os últimos 32 anos, verificámos que, em média, o ISM se mantém abaixo dos 50 durante seis meses, com um desvio-padrão de seis meses", refere o banco.

Isto significa que, num cenário muito negativo, o ISM estaria até ao final de 2008 abaixo do nível 50 (que separa a expansão da contracção). E significa que, muito provavelmente, 2008 seria um ano negativo para acções e que o aumento da exposição a acções não deveria ser feito antes do fim da  Primavera, início do Verão, salienta a análise liderada por António Seladas.

"No entanto, se admitirmos um cenário mais razoável, isso significa que o ISM ultrapassaria o nível dos 50  a meio do ano e, portanto, deveríamos estar a comprar acções neste momento e aos níveis actuais", realça o banco.

"Relativamente ao nosso modelo que mede o Prémio de Risco do Mercado (ERP), a principal conclusão é que os mercados estão extremamente sub-avaliados. A título de exemplo, o ERP do mercado americano medido pelo S&P500 encontra-se no nível mais alto dos últimos 18 anos e está dois desvios-padrão afastado da média", acrescenta a nota de "research".

Com base no seu próprio modelo proprietário, os analistas do BCP acreditam que os principais mercados accionistas oferecem uma oportunidade interessante de compra e, nesse sentido, alteraram a recomendação nos principais mercados de ‘neutral’ para ‘compra’. "Acreditamos que, aos níveis actuais, os retornos a 12 meses sejam superiores a 9%", dizem.

Relativamente às pequenas capitalizações, que têm estado sob forte pressão, e analisando o ERP do Russel2000 (índice americano de pequenas capitalizações), os valores actuais ainda são inferiores aos do S&P500, realçam. Apesar do período de análise ser curto, o que condiciona as conclusões, os analistas do BCP consideram que o processo de ajustamento, em termos de maior prémio de risco nas pequenas capitalizações ‘versus’ grandes capitalizações, ainda não está completo.

"Se estivermos correctos, recomendamos aos investidores para serem muito selectivos relativamente às pequenas capitalizações, nomeadamente em Portugal, porque apesar de parecerem muito interessantes poderão continuar a fazer ‘underperformance’", conclui a análise.

Outras Notícias
Publicidade
C•Studio