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Portugueses nunca levantaram tanto dinheiro

Os portugueses levantaram, no ano passado, mais de 27 mil milhões de euros no multibanco. Trata-se do valor mais elevado desde que estes dados começaram a ser publicados. Os levantamentos de estrangeiros estão perto de máximos.

Bruno Simão
05 de Fevereiro de 2018 às 21:58
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Os portugueses levantaram mais dinheiro no multibanco, no ano passado. No total, retiraram mais de 27 mil milhões de euros das suas contas através dos ATM, de acordo com os dados do Banco de Portugal. Trata-se do valor mais elevado desde que estes dados começaram a ser recolhidos, em 2000. No caso dos estrangeiros, os levantamentos registaram uma ligeira queda, mas continuam próximos de recorde.

Ao longo do ano passado, os portugueses recorreram 419,6 milhões de vezes ao multibanco para levantar dinheiro. No total, estas operações ascenderam a 27,1 mil milhões de euros, demonstram os dados divulgados recentemente pelo Banco de Portugal. Aliás, o último mês de Dezembro foi marcado por um valor recorde. No mês do Natal, os portugueses levantaram  2,59 mil milhões de euros, o valor mensal mais elevado de sempre, segundo os mesmos dados.
 
"Em primeiro lugar, há que ter em conta o crescimento nominal da economia e, no caso em concreto, dos rendimentos. A maior parte do aumento [destas operações] de 2017 face a 2016 poderá ter como explicação apenas o crescimento e a inflação", considera Filipe Garcia.

Além disso, o economista da IMF frisa que "há uma tendência para que os rendimentos dos portugueses sejam cada vez mais obtidos pela via formal. Ou seja, recebe-se menos em dinheiro, fora do sistema." E, no que se refere ao consumo, "ainda há muitas situações nas quais há a preferência por pagar em dinheiro, nomeadamente porque muitos estabelecimentos não aceitam ou desincentivam pagamentos em ‘cash’ ou para melhor controlo das despesas", acrescenta Filipe Garcia. Em média, cada levantamento realizado, no ano passado, ascendeu a  64,62 euros, superando os 63,90 euros do ano anterior.

Contudo, apesar desta evolução positiva registada nos levantamentos realizados no ATM, Filipe Garcia acredita que, "a prazo, é provável que haja uma inversão de tendência, à medida que a adopção pelos meios de pagamento electrónicos se intensifique".

No que diz respeito aos estrangeiros, e num ano marcado por um forte crescimento do turismo, o número de levantamentos no multibanco também registou um ligeiro crescimento. Estas operações cresceram 1,1% para um total de 15,6 milhões de levantamentos. No agregado, foram retirados das contas 1,89 mil milhões de euros. Um valor que fica aquém dos 1,9 mil milhões de euros que foram levantados ao longo do ano anterior. Já em 2016, o montante levantado por estrangeiros tinha recuado: ascendeu a 1,99 mil milhões de euros, no final de 2015.

Já o dinheiro levantado por portugueses no estrangeiro aumentou ligeiramente, no ano passado. Ascendeu a 452,4 milhões de euros, superando os 425,8 milhões de euros relativos ao final de 2016. No total , foram concretizados quatro milhões de levantamentos fora do país.

Débitos directos são cada vez mais usados

Os portugueses recorrem cada vez mais aos débitos directos para fazer o pagamento de despesas. Havia, no final do ano passado, quase 180 milhões de instruções de débitos directos, de acordo com o Banco de Portugal. Este é o valor mais elevado desde que os dados começaram a ser recolhidos, no ano de 2000.
Depois da queda registada em 2015, as instruções para pagamentos através de débitos directos aumentaram nos últimos três anos. Recorde-se que, actualmente, muitas empresas oferecem vantagens, como, por exemplo, descontos, aos clientes que procedam ao pagamento de despesas periódicas através deste método. Além disso, nos últimos anos, a situação financeira de muitas famílias melhorou, acabando por permitir pagamentos por débitos directos, na data determinada pelas empresas e não quando for mais conveniente para os consumidores.
Nesse sentido, os dados do Banco de Portugal revelam que, no final de 2017, havia  179,1 milhões de instruções de débitos directos. Trata-se de um aumento de 12% face a 2016 e é o valor mais elevado desde que há registo. No primeiro ano completo de dados relativos aos débitos directos, em 2001, foram dadas  251.700 instruções de débitos directos. Números que foram aumentando ao longo dos últimos anos. 
No total, as instruções de pagamentos dadas, no ano passado, ascenderam a 23 mil milhões de euros, também o valor mais elevado desde 2001. Isto significa que, em média, cada débito directo autorizado pelos consumidores tinha, em 2017, um valor de 128,6 euros.

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