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Petróleo perde terreno mas permanece acima dos 99 dólares por barril
O preço do petróleo está aliviar do novo máximo histórico – 101,32 dólares por barril – atingido ontem no mercado norte-americano. A matéria-prima continua, no entanto, a negociar acima dos 99 dólares devido às previsões que indicam um aumento da procura
O preço do petróleo está aliviar do novo máximo histórico – 101,32 dólares por barril – atingido ontem no mercado norte-americano. A matéria-prima continua, no entanto, a negociar acima dos 99 dólares devido às previsões que indicam um aumento da procura mundial de petróleo em 2008.
O West Texas Intermediate [cl1], negociado em Nova Iorque, avança 0,23% para os 99,93 dólares e o barril de "brent" [co1], negociado em Londres, segue inalterado nos 98,42 dólares.
O barril de petróleo atingiu ontem um novo máximo histórico, ao negociar nos 101,32 dólares, acompanhando os valores recordes atingidos esta semana por outras "comoditties" como o ouro, a platina e a soja.
O preço do barril de petróleo está em alta há cinco sessões consecutivas devido à novas previsões de procura da Agência Internacional de Energia e a possibilidade da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) cortar a produção.
Procura mundial aumenta em 2008
As previsões da AIE revelam que a procura mundial de petróleo deverá subir em 1,7 milhões de barris por dia, em 2008, para os 87,6 milhões. Esta organização estima que as importações chinesas e indianas quadripliquem até 2030, provocando uma crise na oferta já em 2015.
Entretanto, a OPEP, responsável por mais de 40% da produção mundial de petróleo, pondera cortar os actuais níveis de produção, para manter os actuais preços. A organização justifica esta decisão dizendo que a procura de petróleo vai abrandar no segundo trimestre do ano.
O que afecta os preços do petróleo?
Cortes na produção, aumento da procura, quedas nas reservas. Que factores influenciam afinal o preço do petróleo? A recente subida tem sido atribuída, não só aos dois factores referidos em cima, mas também às ameaças vindas da Venezuela ou à explosão numa refinaria no Texas.
Mas a verdade pode não ser bem esta. "O que aconteceu na terça-feira? Na verdade, ninguém sabe o que está a acontecer e onde poderá chegar", comenta John Hall, consultor da John Hall Associates, citado pela "BBC".
Mark Lewis, da Energy Market Consultants, acredita que os fundamentais (ou seja, factores que influenciam a procura e a oferta) ajudam a explicar o recente comportamento do petróleo. Por exemplo, o aumento da procura na China e na Índia ou os receios de que o conflito entre o Irão e a comunidade internacional leve a uma interrupção dos fornecimentos de petróleo.
No entanto, nem sempre é possível determinar o impacto dos fundamentais, refere Lewis. "Alguns são irrelevantes, outros errados e confusos mas acabam por afectar os preços", refere.
A "BBC" recorda que quando o petróleo tocou nos 100 dólares, no início de 2008, um dos factores apresentados foi o assassinato de Benazir Bhutto a 27 de Dezembro de 2007. "Isso não fez muito sentido", diz Sean Cronin, do Argus Global Markets.
Mas há explicações alternativas vinda do lado financeiro. Um "hedge-fund" que decidiu vender um contrato de petróleo ou um operador que considerou engraçado ser o primeiro a negociar o petróleo a 100 dólares. O problema, refere a BBC, é que muita informação fundamental não está disponível.