A actual instabilidade financeira colocou os investidores nacionais em estado de alerta. A maior volatilidade das bolsas e os receios crescentes quanto às consequências nos mercados mundiais da crise do crédito de alto risco nos Estados Unidos, levou os portugueses a retirarem mais de 700 milhões de euros das suas poupanças em fundos de investimento nacionais, nos dois últimos meses.

É nestes períodos conturbados que o equilíbrio entre risco e retorno de um produto assume maior relevância. Analisando os 280 fundos de investimento mobiliário nacionais, com base no "rating" atribuído pela Morningstar, líder na informação mundial sobre fundos de investimento, concluiu-se que existem apenas cinco produtos com a classificação máxima entre as duas variáveis. São eles o Millennium PPA, o BPI Reestruturações, o Espírito Santo Acções América, o Santander Poupança Premium e o BPI Taxa Variável PPR.

Entre os cinco fundos "estrela" nacionais, o Millennium PPA tem a melhor rendibilidade tanto a curto como a longo prazo. Segundo a Morningstar, este fundo regista um retorno de 41% em 12 meses, de 30% nos últimos três anos e de 26,3% em cinco anos. A esta maior rendibilidade corresponde um nível de risco mais elevado (16,24).

Entre os fundos nacionais classificados com cinco estrelas pela casa norte-americana, destaque para dois produtos geridos pelo BPI. O BPI Reestruturações tem o segundo melhor desempenho deste grupo, com uma rendibilidade de 14,4% no último ano, de 16,6% em três anos e de 15,2% em cinco anos. Trata-se de um fundo original no mercado português, uma vez que investe em empresas que podem vir a beneficiar de reestruturações operacionais e financeiras, ou que oferecem potencial de valorização face às perspectivas de reestruturação do sector onde operam. Já o BPI Taxa Variável PPR apresenta o menor retorno entre os fundos classificados com cinco estrelas. Trata-se de um produto especializado na poupança para a reforma, que tem uma exposição muito baixa aos mercados de acções. Porque menos de 5% do portfólio está aplicado em acções, este fundo rende apenas 2,7% em 12 meses e 2,5% em três anos.

O terceiro melhor desempenho entre os fundos "estrela" da indústria portuguesa pertence ao Espírito Santo Acções América. Este é o líder da sua categoria no último ano, com uma rendibilidade de 11,4%. Valor que desce para 7,6% num prazo de três anos. A completar o grupo dos fundos com o melhor equilíbrio entre o risco e o retorno está o Santander Poupança Premium. É também um fundo especializado na temática da reforma e que tem como limite máximo uma exposição de 5% às acções. Tanto a um como a três anos, o seu retorno é de 3,3%.

Quanto ao restante mercado nacional, existem 18 fundos classificados pela Morningstar com quatro estrelas e 50 com três estrelas. Mas os investidores portugueses poderão sempre optar por produtos estrangeiros. Na larga oferta disponível no País, existem 130 fundos internacionais classificados com cinco estrelas.