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OPEP "não está preocupada" com saída de Angola

O secretário-geral da OPEP desvalorizou a saída de Angola do grupo de exportadores e diz que o país pode voltar quando quiser.

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A saída de Angola da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), anunciada em dezembro, não preocupa o grupo, com o secretário-geral a ressalvar que, por vezes, a saída de membros é temporária.

"Não é a primeira vez que um membro deixa a organização por razões próprias. Temos membros que saíram e membros que entraram, e temos alguns que saíram e voltaram a entrar, por isso não estou muito preocupado com isso", disse Haitham Al Ghais à agência Reuters, à margem da Cimeira Mundial de Governos. 

Angola anunciou a 21 de dezembro que iria deixar a OPEP. A decisão fez cair os preços do petróleo na altura, gerando dúvidas sobre a coesão do grupo de exportadores. À Reuters, Al Ghais sublinhou que Luanda será bem-vinda, se e quando decidir voltar.

Angola foi aceite como membro da OPEP a 14 de dezembro de 2006 e entrou como membro em janeiro de 2007. 

No anúncio da saída do grupo, o ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro de Azevedo, disse que o país sentia que "Angola não ganha nada mantendo-se na organização e, em defesa dos seus interesses, decidiu sair".

"Quando vemos que estamos nas organizações e as nossas contribuições, as nossas ideias, não produzem qualquer efeito, o melhor é retirarmo-nos. Entrámos em 2006 voluntariamente e decidimos sair agora também voluntariamente. E esta não é uma decisão irrefletida, intempestiva", referiu, na altura, Diamantino Azevedo.

Numa das últimas reuniões em que participou, o governador de Angola na OPEP alertou que Luanda tinha rejeitado a quota atribuída pelo cartel, que previa uma redução da produção e que ia - contra a decisão do grupo - manter a meta de 1.180 mil barris por dia para 2024, entrando assim em colisão com os restantes membros.


Procura mantém-se robusta, garante OPEP


Apesar de a Arábia Saudita ter anunciado que vai adiar o aumento da capacidade de produção de petróleo, o secretário-geral da OPEP garante que isso não significa que a procura por crude esteja a cair.

"Quero ser claro: não posso comentar a decisão da Arábia Saudita, mas isto não deve ser, de modo algum, interpretado como sinal de que a procura está a cair", disse Haitham Al Ghais.

A 30 de janeiro, o Governo saudita ordenou que a petrolífera estatal Aramco reduzisse as suas metas de capacidade de produção máxima para 12 milhões de barris por dia, 1 milhão abaixo da meta anunciada em 2020 que seria atingida em 2027.

A Reuters diz, com base em informação avançada por fontes não identificadas, que esta mudança de rumo foi planeada ao longo de seis meses e foi fundamentada no facto de o excesso de capacidade do país não estar a ser monetizado.

A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo.

No seu relatório de outubro, a OPEP elevou a estimativa de procura por petróleo a médio e longo prazo. "Mantemos o que foi publicado no nosso 'outlook' mais recente, acreditamos firmemente que [a procura] é robusta", disse Al Ghais.
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