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Notas de euro em circulação cresceram 6% em 2015
A utilização de notas na Zona Euro continua a aumentar, com cada vez mais pessoas a usarem o numerário como forma de reserva de valor, conclui um relatório do Banco de Portugal.
O número de notas em circulação aumentou mais de 6% na Zona Euro no último ano, com o numerário a manter a evolução positiva registada nos últimos anos, segundo um relatório apresentado pelo Banco de Portugal esta segunda-feira, 25 de Julho. Mais do que pagamentos, este comportamento é justificado pelo facto de cada vez mais pessoas estarem a guardar notas como uma forma de reserva de valor.
Os europeus continuam a preferir a utilização de notas para a realização de transacções. O numerário na Zona Euro cresceu 6,6% no último ano, mantendo o ritmo dos anos anteriores. Esta é uma das conclusões do Relatório da Emissão Monetária, um novo estudo publicado pelo Banco de Portugal, que acrescenta que no final de 2015 circulavam no euro 19 mil milhões de notas, representativas de cerca de um bilião de euros.
Segundo António Garcia, director do Departamento de Emissão e Tesouraria do Banco de Portugal, este crescimento não "é compatível com o crescimento económico e a evolução dos preços", logo "o que sustenta este crescimento só podem ser outras questões". "Há cada vez mais pessoas a usarem notas como reserva de valor".
Para o responsável do regulador, este é um movimento "natural", que é visível sobretudo em momentos de crise ou maior tensão nos mercados, tal como aconteceu entre 2008 e 2009. Além disso, Hélder Rosalino, administrador do Banco de Portugal, explica que num regime de taxas de juro tão baixas não há grande diferença entre ter o dinheiro em numerário ou no banco.
Demasiadas notas de 50 euros
No dia em que o Banco de Portugal fez a apresentação da nova nota de 50 euros, que entra em circulação apenas em Abril do próximo ano, o relatório divulgado pelo regulador mostra que o crescimento do turismo tem trazido para Portugal demasiadas notas de 50 euros. "As pessoas que nos visitam trazem muitas notas no bolso e mais do que precisamos", explicou António Garcia.
Uma situação que faz com que o Banco de Portugal destrua mais numerário do que coloca em circulação. Desde a criação do euro, já foram tiradas de circulação 14 mil milhões de euros em notas de 50 euros.
O mesmo relatório mostra ainda que, segundo um inquérito realizado pelo regulador, 70% dos pagamentos em Portugal são realizados em numerário. No entanto quando analisados os pagamentos por valor, esta percentagem baixa para 25%.