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"Não há impacto directo no mercado português"
A China voltou ontem a assustar os mercados mundiais. Mas pouco, com as praças europeias a registarem perdas ligeiras. Mesmo no caso de um "crash" da bolsa, o efeito não deverá ser devastador. E não é esperado um impacto directo no mercado português, de a
A China voltou ontem a assustar os mercados mundiais. Mas pouco, com as praças europeias a registarem perdas ligeiras. Mesmo no caso de um "crash" da bolsa, o efeito não deverá ser devastador. E não é esperado um impacto directo no mercado português, de acordo com o gestor da Fidelity, Firmino Morgado.
Qual o impacto deste "mini-crash" do mercado chinês na bolsa portuguesa?
Não há impacto directo. A bolsa chinesa é uma realidade sobretudo local e não há institucionais com exposição à China. A bolsa caiu agora, mas este ano está a subir muito. O mercado vive situações de exuberância que, naturalmente, têm de ser corrigidas.
Mas existe algum efeito indirecto?
O que me preocupa não é a bolsa chinesa, é sim a economia chinesa. São duas realidades distintas. A bolsa chinesa tem avaliações que não reflectem a realidade da economia chinesa. Preocupa-me se a China deixar de importar aço, pasta de papel e outras "commodities" que hoje potenciam os resultados de empresas fora da China. Essa é que é a minha grande preocupação. Num primeiro momento, a queda de 7% não atinge a economia. Mas se a queda se acentuar, já haverá impacto económico.
Uma desaceleração da economia chinesa será negativa para as empresas portuguesas?
Claro que tem impacto indirecto. Há várias empresas portuguesas que são fornecedoras de empresas que têm exposição à China. Uma desaceleração da economia pode ter efeitos, por exemplo, nas exportações de pasta de papel. Eu ficaria muito mais preocupado se houvesse uma desaceleração na Alemanha ou no Brasil, onde as empresas nacionais estão bastante mais expostas.