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Myhrvold: Google incendeia guerra das patentes

O antigo gestor da Microsoft diz que a venda de seis mil patentes por 3,18 mil milhões de euros precede um novo paradigma na indústria da tecnologia.

20 de Julho de 2011 às 18:14
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O negócio iria decorrer sem sobressaltos. A Nortel Networks está em processo de insolvência e preparava-se para vender carteira de seis mil patentes que interessam à indústria de telecomunicações móveis.

O encaixe estimado com a operação era de 200 a 400 milhões de dólares. “Muito dinheiro mas ainda assim uma insignificância quando comparado com o valor se ser líder no mercado de telecomunicações móveis”, atalha Myhrvold.

Foi então que a Google anunciou uma oferta pública de 900 milhões de dólares. A oferta elevou substancialmente o preço esperado para a venda e "enviou ondas de choque por toda a indústria", recorda o antigo "chief technicological officer" (CTO) da Microsoft e actual gestor de uma empresa que detém e gere várias patentes tecnológicas.

"Mais estranho ainda, a oferta permitia prolongar a venda durante vários meses”, refere sublinha Nathan Myhrvold. Outro aspecto bizarro desta oferta “foi a forma com a Google estruturou a sua oferta".

"Se se tivesse limitado a esperar pelo leilão teria ganho com facilidade. Em vez disso, a oferta pôs em marcha maquinações inéditas”, explica o especialista. A Microsoft uniu-se com a rival das consolas de jogos Sony e a Apple aliou-se à Research in Motion, que produz o Blackberry e concorre com o iPhone.

Como resultado, o leilão do portfólio de patentes levou a um despique entre as empresas envolvidas. A Google chegou a oferecer 3,14 mil milhões de dólares pelas patentes, numa desconcertante alusão ao número matemático “pi”. Mas o consórcio formado pela Apple, Microsoft, RIM, EMC, Ericsson e Sony levou a melhor.

Mesmo para quem acompanha a indústria, o culminar deste episódio é ambíguo.

“Alguns dizem a Google agiu com brilhantismo; a empresa não está pior do que estava antes e [o portfólio de patentes] custou 4,5 mil milhões à concorrência”. Outros dizem que piores tempos se avizinham: A estratégia “deixou os concorrentes mais bem armados para a luta – e mais do que ligeiramente zangados. Não se paga 4,5 mil milhões por activos para os deixar esquecidos numa prateleira”.

“Mas mais importante, esta venda confirma a noção de que as patentes vão ser uma ferramenta fundamental na indústria tecnologia”, prossegue Myhrvold. “As patentes definem o mercado farmacêutico e biotecnológico e, no futuro, podem desempenhar o mesmo papel na tecnologia”, conclui.

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