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Milllennium IB: Imparidade da Grécia poderá pressionar "core tier 1" do BPI para 8%
O banco de investimento cortou o preço-alvo do BPI e avisa que as imparidades que o banco poderá ter de registar no balanço podem reduzir o rácio de capital "core tier 1" em 100 pontos base.
06 de Outubro de 2011 às 15:45
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![](http://www.jornaldenegocios.pt/images/2009_11/fernandoulrichbpinot3pe.jpg)
Apesar de os analistas do Millennium terem mantido as suas estimativas para os resultados do BPI inalteradas, a nota de análise a que o Negócios teve acesso pressupõe agora o registo de imparidades na carteira de obrigações da Grécia.
Por isso, o banco poderá ver o seu “core tier 1” revisto de 9% para 8% e ficar aquém das exigências do Governo e da troika. O rácio de solvabilidade dos bancos nacionais terá de ser de 9% em 2011 e de 10% em 2012, segundo o acordo que vigora entre Portugal e os parceiros que lhe concederam ajuda externa.
Imparidades podem ascender a 66% das obrigações da Grécia
O banco liderado por Fernando Ulrich detém uma carteira obrigações da Grécia de 285 milhões de euros e poderão ter de ser registadas imparidades significativas nestes activos.
“Vários especialistas têm dito que um pequeno perdão [da dívida] não resolveria os problemas, por isso um perdão de 50% a 66% deixaria os principais rácios de dívida em níveis razoáveis”, diz a nota de análise assinada pelo analista António Seladas e a analista Rita Silva.
“Apesar de a Grécia manter o seu compromisso no que diz respeito às obrigações, parece cada vez mais evidente que a negociação da dívida terá lugar num futuro próximo”, acrescenta do Millennium IB.
Solução pode passar por prolongamento dos prazos
“Os bancos acreditam que a revisão dos termos do acordo, nomeadamente mais tempo para implementar o rácio ‘core tier 1’, seria positivo para os dois lados e para a economia”, refere a nota de análise do Millennium IB.
“Devemos ter maior visibilidade acerca deste assunto nas próximas semanas, no entanto não ficaríamos surpreendidos se for decidido um adiamento” dos prazos para aumento de capital, já que “aumentar os rácios de capital e reduzir o endividamento num prazo tão curto pode ser demasiado exigente”.