A casa de investimento manteve o preço-alvo para o banco liderado por Fernando Ulrich em 0,95 euros, com uma recomendação de “comprar”. Mas “depois do aumento de capital, o preço-alvo ajustado será de 0,55 euros, assumindo um desconto de 40%” face ao valor de fecho das acções no dia 5 de Junho, revela a nota de análise assinada pela analista Rita Silva, intitulada “Demasiado dinheiro”.

O BPI vai emitir obrigações de conversão contingente, ou seja, obrigações passíveis de serem convertidas em acções, ("CoCos") no valor de 1.300 milhões de euros, além de um aumento de capital de 200 milhões de euros, através da emissão de acções.

Numa primeira fase o Estado vai injectar 1,5 mil milhões de euros no BPI, sendo que o banco pagará 200 milhões de euros assim que concluir o aumento de capital deste montante (previsto para o final de Setembro). Os principais accionistas do BPI, como o La Caixa e Isabel dos Santos, já se comprometeram a acompanhar o aumento de capital. Fernando Ulrich tinha revelado que o banco necessitava entre mil milhões de euros e 1,4 mil milhões de euros para cumprir os rácios de capital.

As acções do BPI estão a desvalorizar 2,24% para 0,436 euros, um valor que confere um potencial de valorização de 117% face ao actual preço-alvo do Millennium e de 26% face ao ajuste que a casa de investimento está a fazer considerando um desconto de 40% no aumento de capital.

NOTA: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.