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"Mercado tecnológico é a mãe de todas as bolhas", avisa Bank of America
Instituição financeira alerta que "o crescimento de 2020, confrontado com o choque da inflação em 2021 e com a possível subida das taxas de juro" são as principais causas para o momento no setor.
O Bank of America (BofA) acredita que o mercado tecnológico é "a mãe de todas as bolhas", apontando para uma tendência de declínio no setor no próximo ano. A conclusão é anunciada numa nota de "research" do banco, a que a Bloomberg teve acesso, na qual os analistas antecipam volatilidade e desvalorizações nos preços das ações das gigantes tecnológicas norte-americanas e dos criptoativos em 2022.
Depois de 18 meses de retornos elevados nestes dois mercados, os investidores podem ser confrontados em 2022 com uma inversão. Para a instituição financeira, "o crescimento de 2020, confrontado com o choque da inflação em 2021 e com a possível subida das taxas de juro" são as principais causas para este fenómeno.
O painel de analistas liderados por Michael Hartnett chega mesmo a comparar este cenário com o início do "período de estagnação económica dos anos 60". No caso do mercado de criptoativos, consideram que a queda será agravada pelo conflito geopolítico entre China e Taiwan.
Desde o início do ano, o índice tecnológico Nasdaq Composite disparou 25,39%, sendo que a tendência da sessão desta segunda-feira é também positiva, num dia em que Wall Street está a ganhar com a renomeação de Jerome Powell à frente da Reserva Federal dos EUA. À hora de fecho das bolsas europeias, o índice valorizava para os 16.139,86 pontos.
Paralelamente, se em janeiro, a capitalização do mercado de criptomoedas se fixou nos 946 mil milhões de dólares, este valor está atualmente nos 2,6 biliões de dólares. Ou seja, acumula já um ganho de 175% em 2021.
Por sua vez, em relação ao mercado acionista europeu, grandes bancos como o Goldman Sachs, o JP Morgan Chase e o Morgan Stanley recomendam aos investidores mais exposição a ações cíclicas que beneficiam a reabertura da economia.
Para o JP Morgan Chase, por exemplo, apesar do aumento de número de infeções por covid-19, que estão a interromper o ciclo de ouro de seis semanas das bolsas europeias, "a onda do inverno passa, os ventos contrários do vírus e da inflação descem", isto deverá dar um impulso às receitas e às margens das empresas mais expostas a estes desafios.