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Membro do BCE alerta: "Não devemos contar com descida das taxas de juro para 2024"

Os conflitos mundiais, em especial no Médio Oriente, e a persistência da inflação levaram o governador do banco central austríaco a afastar previsões de corte para este ano.

Reuters
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A expectativa de um corte das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) tem vindo a crescer, com o abrandamento geral da inflação, mas os conflitos no palco mundial levaram o membro do Conselho do BCE Robert Holzmann a colocar água na fervura: "Não devemos contar com uma descida das taxas de juro para 2024".

Citado pela Bloomberg, Holzmann diz que uma recessão europeia não pode ser ainda afastada e chama a atenção para a inflação que não tem baixado tanto quanto desejado. Numa entrevista no Fórum Económico Mundial em Davos, Holzmann lembrou que os dados económicos da Zona Euro foram considerados desapontantes e alertou que os conflitos geopolíticos, incluindo o do Médio Oriente que está a condicionar as cadeias de abastecimento e os mercados de energia, colocam pressão nos preços.

"A ameça geopolítica aumentou porque o que estamos a ver com os houthis, não acho que esteja a acabar, pode ser o início de algo muito maior, que vai ter impacto no Canal do Suez e fazer aumentar os preços. Não devemos contar com uma descida das taxas de juro para 2024", afirmou.

Holzmann vem, deste modo, esfriar as expectativas de um corte nas taxas de juro este ano: os "traders" têm apostado numa redução já em abril, enquanto os economistas antecipavam-na para junho.

O austríaco sublinhou que definir uma data para este corte pode "gerar imediatamente uma dinâmica que não se pode controlar". "E com todo o conhecimento que temos atualmente, não seria honesto fazê-lo porque não sabemos como a inflação se vai desenvolver", defendeu.

A taxa de inflação na Zona Euro acelerou de 2,4% para 2,9% em dezembro. O BCE estima que atinja a meta dos 2% na segunda metade de 2025.
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