Nasce hoje a primeira bolsa transatlântica do mundo, com o arranque da negociação conjunta da nova plataforma NYSE Euronext. Este dia ficará para a história das finanças mundiais como o primeiro de uma parceria de dimensão planetária entre os Estados Unidos e a Europa, na qual Lisboa não se quer restringir a um papel de mero espectador.

A partir das oito da manhã de Paris, menos uma hora em Portugal, terá início a admissão conjunta de acções da nova empresa que agrega as bolsas de Lisboa, Nova Iorque, Paris, Amesterdão e Bruxelas.

O arranque colocará o mercado nacional no centro do mapa financeiro internacional ou, como afirmou o presidente da praça lisboeta, Miguel Athayde Marques, em entrevista ao Jornal de Negócios, "faz da Euronext Lisbon um actor interveniente no primeiro mercado verdadeiramente global".

Nos últimos dez meses, o responsável máximo da bolsa nacional não se tem cansado de apresentar uma panóplia de argumentos a favor da fusão. A escala universal, a exposição mundial das empresas nacionais, a maior dimensão do leque de potenciais accionistas, o acesso a capital quase ilimitado e os custos de negociação mais baixos são apenas algumas das vantagens sucessivamente apresentadas pelos defensores da união transatlântica.

No entanto, as vozes críticas fizeram-se ouvir desde o primeiro segundo após o anúncio da oferta de Nova Iorque, em Maio de 2006.