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LCH Clearnet faz subir juros de Espanha e Itália

A mais influente câmara de compensação e liquidação, a LCH Clearnet, subiu as margens exigidas para validar transacções de dívida espanhola e italiana em alguns prazos. Investidores aguardam leilão de curto prazo em Atenas.

14 de Agosto de 2012 às 10:17
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As taxas da dívida pública de Espanha e Itália não estão a beneficiar do ligeiro aumento dos níveis de apetite pelo risco que está a fazer subir as bolsas e a diminuir o refúgio na dívida alemã.

Os custos de financiamento de ambos os países estão a subir em valores de um dígito em todos os prazos, com a taxa a 10 anos de Espanha nos 6,86% e os juros de Itália nos 5,92%.

O agravamento das taxas surge depois de a LCH Clearnet aumentar na noite de ontem (com efeito a partir de 15 de Agosto) as margens exigidas para validar transacções de dívida italiana (duas linhas) e de quatro linhas de dívida espanhola.

No fundo, a decisão vem tornar mais cara a negociação de dívida de ambos os países, o que cria condições para um aumento das rendibilidades implícitas exigidas pelos investidores.

Juros de Portugal abaixo de 10% antes de leilão grego

As taxas implícitas nas Obrigações do Tesouro estão a negociar sem tendência definida, com um agravamento nos prazos mais curtos, mas mantêm-se abaixo dos 10% em todos os prazos.

Os investidores aguardam um leilão de dívida pública na Grécia, a realizar nas próximas horas. A Grécia vai emitir dívida de curto prazo para reembolsar 3,2 mil milhões de euros em obrigações que se vencem no final do mês. Dívida que está nas mãos do BCE, na sua maior parte, entidade que se tornou o maior credor da Grécia depois de não ter participado no processo de reestruturação de dívida de Fevereiro último.

A leilão vão até 3.125 milhões de euros em dívida a três meses, mas serão promovidas duas rondas de fase não-competitiva, em que os bancos podem fazer novas ofertas à última taxa que o Tesouro aceitou financiar-se no leilão (realizado minutos antes). Com essa operação adicional, o montante total pode chegar aos cinco mil milhões de euros.

A emissão de bilhetes do Tesouro deverá ser assegurada pelos bancos domésticos, que depois levarão os títulos ao BCE para usar como colateral para "recuperar" a liquidez. “Os bilhetes vão ser absorvidos pelos bancos gregos, que vão ter acesso a liquidez para o fazer através da apresentação dos títulos como colateral nas operações de Assistência de Liquidez de Emergência (ELA, na sigla inglesa) do banco central nacional”, dizem analistas do Rabobank.

Para isso, no entanto, foi necessária autorização do BCE para que o banco central nacional da Grécia aumentasse o limite máximo de dívida de curto prazo que aceita que os bancos privados entreguem como garantia. Foi esta a forma encontrada para que a Grécia consiga reembolsar os 3,2 mil milhões de euros ao BCE e evitar a bancarrota. O BCE disse em 20 de Julho que os “instrumentos de dívida transaccionáveis” (obrigações e bilhetes do Tesouro) não são elegíveis “nesta altura” como colateral nas operações normais de financiamento. O BCE deverá rever essa posição assim que a troika realizar a sua avaliação aos planos de consolidação orçamental do país. Os bancos gregos têm, no entanto, acesso às plataformas de emergência (ELA), em que o financiamento é obtido por via do banco central nacional.
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