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Lagarde diz que BCE tem balas que cheguem para fintar prova de fogo dos investidores

A presidente do BCE garante que o banco central vai ter sempre armas para responder à subida dos juros da dívida na região, por mais testes que os investidores façam no mercado secundário.

Christine Lagarde, Presidente do BCE
Olivier Matthys/Reuters
31 de Março de 2021 às 12:47
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Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), garante que a instituição não vai hesitar em dar uso à totalidade das suas ferramentas, argumentando que os decisores políticos têm flexibilidade para ripostar contra os investidores que têm posto à prova o mercado de dívida na região. 

"Eles [investidores] podem testar-nos tanto quanto quiserem", diz Lagarde, numa entrevista à Bloomberg TV na manhã desta quarta-feira, argumentando que "nós temos circunstâncias excecionais com que lidar neste momento e temos ferramentas excecionais para usar neste momento. E vamos usá-las como e quando necessário, a fim de cumprir o nosso o mandato e cumprir o nosso compromisso com o economia".

O BCE acelerou o seu programa de compra de ativos de emergência, na medida em que anunciou um aumento das compras semanais à luz do PEPP, na última reunião de política monetária, numa tentativa de conter o avanço das "yields" da dívida soberana entre os países da Zona Euro. E se esta tarefa de comunicação resultou por um período de tempo, agora, os juros estão novamente a subir, à boleia do Tesouro norte-americano - cuja "yield" a dez anos está em máximos de mais de um ano nos 1,77%.

Nas últimas duas semanas, o banco liderado por Lagarde comprou, em média, 20 mil milhões de euros em dívida. Nesta entrevista, Lagarde recusou dizer se os decisores de política monetária do banco central acordaram um valor de compras semanais. Atualmente, o PEPP compreende um cheque de 1,85 biliões de euros para gastar e está pronto para ser usado até março de 2022, segundo as metas da instituição. Contudo, mediante a evolução da economia, Lagarde já deixou claro que podiam sobrar algumas notas do envelope. 

O tema da inflação veio à baila nesta entrevista da Bloomberg TV a Lagarde, uma vez que é um dos pontos centrais da política monetária do banco. Mas por outras razões. É que, historicamente, a Zona Euro tem vivido período de fraca inflação, muito abaixo da meta dos 2% estabelecida pelo banco. Só que desta vez, o receio é o oposto. Os investidores têm medo que a inflação suba muito para além dessa meta e que obrigue o BCE a retirar os seus estímulos monetários. 

Ainda assim, na última reunião, Lagarde assegurou que os níveis estavam controlados e que a subida de preços atual seria temporária, fruto da recuperação económica. Em março, o índice de preços no consumidor subiu para os 1,3%, de acordo com a estimativa rápida do Eurostat, o instituto europeu de estatística, um valor que fica aquém dos 2% definidos pelo banco. 

O BCE prevê que a economia da região cresça 4% este ano, depois de em 2020 ter derrapado 6,6%. De acordo com o banco, os níveis pré-pandemia só serão alcançados a meio de 2022.
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