A venda das patentes poderá render dois mil milhões de dólares à fabricante de máquinas fotográficas que conta mais de cem anos de história, segundo estimou o MDB Capital, um banco de investimento especializado em avaliação de propriedade intelectual.

Vários clientes estão a analisar as patentes depois de terem sido abordados pelos firma Lazard, que vai aconselhar a empresa na operação, segundo disse o CEO da Kodak, António Perez, à Bloomberg.

“Neste momento anunciámos que o telefone começou a tocar”, disse o CEO da Kodak, à Bloomberg. A Lazard, que vai aconselhar a Kodak na operação, “contactou um grande número de pessoas. Algumas já assinaram” acordos de confidencialidade em que se comprometem a não divulgar detalhes acerca das patentes a que terão acesso.

A fabricante de máquinas fotográficas tem mais de 100 anos de história e perdeu a liderança do mercado fotográfico no início da década, quando perdeu a oportunidade de liderar a mudança de paradigma no mercado, com a introdução das máquinas digitais.


Patentes poderão render dois mil milhões de dólares à Kodak

O valor que poderá angariar com a venda de mais de 1.100 patentes ultrapassa a capitalização bolsista da empresa, que se salda em 874,4 milhões de dólares (602,7 milhões de euros) e também o pagamento de mil milhões de dólares que reclama da Apple e da Research in Motion (RIM – fabricante dos Blackberry), devido à violação patentes que permitem pré visualizar fotografias.

O líder da Kodak disse há um mês que pretendia alienar patentes ou chegar a acordo para ceder direitos de utilização que dêem receitas à Kodak, que se está a reinventar como fabricante de impressoras e material de impressão fotográfico.

“Todas estas litigâncias levam muito tempo e são muito dispendiosas e exigem muito do meu tempo”, disse o António Perez. “Preferíamos ter uma injecção de dinheiro à cabeça, estando dispostos a manter uma relação com muitas dessas empresas com que, de outra forma, teríamos de estar em litígio”, acrescentou.

O líder da Kodak tenta assim aproveitar o grande interesse que algumas empresas têm evidenciado pelo mercado de propriedade intelectual. A Google comprou, recentemente, a Motorola por 12,5 mil milhões de dólares para obter patentes que lhe serão úteis no mercado de telemóveis em que está a entrar.