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Portugal coloca 4 mil milhões a 10 anos com juro de 2,948% na primeira emissão de dívida do ano

Como é habitual, Portugal arranca o ano com uma emissão de dívida. Desta vez é a 10 anos, com um juro de 2,948%. O "spread" final desceu dos 41 pontos base acima da taxa "mid swap" do euro na mesma maturidade para 40 pontos base.

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Portugal emitiu quatro mil milhões de euros em nova dívida por via de uma venda sindicada. Na primeira operação de colocação do ano, o país emitiu obrigações do Tesouro (OT) a dez anos com um juro de 2,948%, sendo que esta linha vai tornar-se a referência desta maturidade. A procura foi 4,85 vezes superior à oferta.

"Na sua primeira emissão sindicada do ano, Portugal colocou com sucesso obrigações do tesouro a 10 anos. Esta emissão contou com a colaboração de várias instituições financeiras", explica Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

O "spread" final da operação foi de 40 pontos base acima da taxa "mid swap" do euro a dez anos – de 2,548% - ligeiramente abaixo do prémio indicativo de 41 pontos base aquando da abertura do livro  de ordens, segundo os dados disponibilizados pela Bloomberg, tendo por base fontes conhecedoras da operação.

A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos no mercado secundário agrava-se 5,5 pontos base para 2,704%, invertendo a tendência das últimas semanas de 2023. "A descida das taxas de juro que assistimos nas últimas semanas, permitiram que a emissão de hoje [quinta-feira] fosse colocada com uma 'yield' mais baixa", refere Filipe Silva.

"A emissão teve uma forte procura", sublinha o diretor de investimentos do Carrosa sobre a emissão. Os livros de ordens acabaram por superar os 19,4 mil milhões de euros vindos de mais de 170 investidores para uma emissão de 4.000 milhões de euros. Em termos geográficos, distribuiram-se por Reino Unido, França, Itália ou Espanha, enquanto, por tipo de investimento, a procura veio principalmente de fundos, bem como bancos.

Para a operação foi contratado um sindicato bancário que inclui o BNP Paribas, CaixaBI, Citi, Credit Agricole CIB, JPMorgan e Santander.


Esta emissão vem cumprir a tradição do IGCP, que no início do ano costuma recorrer ao mercado para uma emissão sindicada de dívida. Em 2023, a primeira grande operação do ano, o IGCP emitiu três mil milhões de euros em dívida a 15 anos com uma taxa de juro próxima de 3,6%. A procura superou os 17,9 mil milhões, tendo ultrapassado a oferta em quase seis vezes.

Esta venda de OT emissão acontece depois de ter sido publicada uma resolução do conselho de ministros que autoriza o IGCP a emitir obrigações até ao montante máximo de 19 mil milhões de euros, aos quais acrescem 11,5 mil milhões de euros em bilhetes do Tesouro. De acordo com o programa de financiamento da agência liderada por Miguel Martín, os valores poderão ficar abaixo destes limites.

(Notícia atualizada às 20:35 horas)
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