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JPMorgan: Crise do coronavírus pode favorecer compra de ações
A equipa do JPMorgan mantém uma visão construtiva sobre as ações globais, acrescentando que, no passado, quanto mais as ações caíam pressionadas por receios semelhantes, mais recuperavam posteriormente.
O momento pode ser de turbulência para as ações globais devido aos receios com a propagação do coronavírus chinês, mas os especialistas do JPMorgan Chase dizem que a volatilidade pode representar uma oportunidade de compra.
Embora a onda vendedora de ações possa continuar antes que a situação sobre a infeção melhore, no passado esses grandes surtos apenas levaram a uma desvalorização das ações de cerca de 4,7%, em média, escreveram os analistas num relatório. A equipa do JPMorgan mantém uma visão construtiva sobre as ações globais, acrescentando que, no passado, quanto mais as ações caíam pressionadas por receios semelhantes, mais recuperavam posteriormente.
"Receios sobre saúde, semelhantes às campanhas de guerra localizadas, bem como incidentes terroristas, foram historicamente oportunidades de compra, e não razões para vendas sustentadas", escreveram os especialistas do JPMorgan Mislav Matejka, Prabhav Bhadani e Nitya Saldanha.
O número de mortes causadas pelo coronavírus aumentou para mais de 80 e a infeção já atingiu França e o Canadá, entre outros países. As ações dos setores de mineração e viagens foram especialmente afetadas, devido à queda dos preços dos metais e à decisão da China de suspender as vendas de pacotes turísticos na tentativa de conter o surto.
Os especialistas do JPMorgan analisaram a reação do mercado acionista às pandemias passadas, incluindo a SARS, em 2003, e os surtos da gripe suína, em 2009. Segundo a equipa, estes episódios não levaram a períodos prolongados de venda de ações e tornaram-se oportunidades de compra em questão "de semanas". Os índices subiram 23% em média nos três meses após o pico no interesse global devido aos receios de saúde pública.
O S&P 500 e o MSCI All-Country World atingiram recordes este mês, impulsionados pelo otimismo em relação ao acordo comercial EUA-China. A elevada exposição de fundos com foco em volatilidade em ações dos EUA, em níveis vistos pela última vez no "bull market" que durou até fevereiro de 2018, tinha alimentado preocupações em alguns segmentos do mercado que, nesta altura, estão a ser confirmados pelos eventos.