A Jerónimo Martins, em dois dias, já registou uma desvalorização superior a 16%, atingindo um novo mínimo histórico anual nos 22,78 euros (4.567 escudos). Segundo analistas contactados pelo Canal de Negócios, «esta queda é devida aos resultados apresentados estarem abaixo das expectativas».

Um especialista adiantou ao Canal de Negócios «que o crescimento nos resultados de 8,4% não é mau de todo, contudo é francamente abaixo do que aquilo que a distribuidora nos habituou». Recorde-se que os resultados líquidos da empresa liderada por Soares dos Santos, nos primeiros nove meses do ano registou um aumento de 8,4% em relação ao período homólogo, tendo as vendas assinalado um aumento na Polónia e em Portugal de 27,9% e 11,7%, respectivamente, quando no Brasil registaram uma queda de 18,2%.

A queda dos resultados no Brasil, segundo um analista, «não se deve só à depreciação do real, mas também ao facto da Jerónimo Martins ser muito pequena no Brasil e não conseguir obter margens suficientemente grandes». Já outro especialista adiantou ao Canal de Negócios, que «embora as vendas na Polónia tivessem alcançado um crescimento dentro do previsto, a distribuidora enfrentou um problema de logística, que provocou problemas de aprovisionamento nas prateleiras dos supermercados, dificultando a obtenção de uma maior rentabilidade das vendas».

Ainda outro analista contactado, referiu que «a não obtenção das metas estipuladas por a empresa, aumentou os custos de endividamento e os riscos de cobertura cambial, o que se repercutiu nas margens».

As acções da Jerónimo Martins registavam às 11h49 uma desvalorização de 8,77% arrastando a sua cotação para os 22,78 euros (4.566 escudos).