Notícia
Investidores não estão a descontar risco de incumprimento
Os investidores não gostam de incerteza, alertaram os especialistas presentes na conferência no âmbito do "Jogo da Bolsa". Mas não descontam risco de incumprimento.
O clima de instabilidade política que se vive no país está a conduzir a um agravamento do prémio de risco da dívida portuguesa. Os especialistas presentes na conferência de lançamento da edição deste ano do "Jogo da Bolsa" sublinharam que o movimento crescente dos juros da dívida nacional não reflecte o risco de incumprimento. Mas alertam que é preciso continuar o trabalho realizado.
"Os investidores não gostam de incerteza", no entanto, o mercado "não está a antecipar qualquer tipo de incumprimento", defendeu Filipe Seara Cardoso, "deputy manager" do Banco Carregosa, na conferência de imprensa sobre perspectivas para o mercado financeiro e estratégias de investimento que decorreu esta quarta-feira.
Os investidores têm vindo a exigir juros mais elevados para apostar em títulos de dívida portuguesa, o que agravou o prémio de risco, com o diferencial face à dívida alemã a aproximar-se dos 200 pontos-base, fruto da incerteza política que se vive no país. Seara Cardoso destaca, porém, que esta subida das últimas semanas coloca os juros onde estavam há três meses e não vai colocar "em causa a capacidade de Portugal se financiar".
"O que é expectável é que os agentes políticos percebam que há um caminho a ser percorrido", realçou João Cantiga Esteves. Questionado sobre se o clima de instabilidade política pode agravar os custos de financiamento, o professor de Finanças lembrou a importância das medidas tomadas pelo país nos últimos anos, mas destaca que "se há algum sinal em sentido contrário [das reformas] pode haver algum problema".
Já José Dias Coelho, da área de "private banking", acrescenta que o clima de incerteza vai ter que ser "clarificado em breve" e que o mercado precisa é de sinais de estabilidade, seja um governo de esquerda ou direita. E o especialista lembrou também o caso brasileiro. A bolsa brasileira viveu o seu melhor período com um governo de esquerda. "Lula da Silva era quase um fora da lei e fez um excelente trabalho. Soube ler o que os mercados queriam", rematou.
Esta conferência antecedeu o arranque do "Jogo da Bolsa". Esta competição, desenvolvida pelo Negócios, em parceria com a GoBulling, decorre entre 9 de Novembro a 4 de Dezembro.
"Os investidores não gostam de incerteza", no entanto, o mercado "não está a antecipar qualquer tipo de incumprimento", defendeu Filipe Seara Cardoso, "deputy manager" do Banco Carregosa, na conferência de imprensa sobre perspectivas para o mercado financeiro e estratégias de investimento que decorreu esta quarta-feira.
"O que é expectável é que os agentes políticos percebam que há um caminho a ser percorrido", realçou João Cantiga Esteves. Questionado sobre se o clima de instabilidade política pode agravar os custos de financiamento, o professor de Finanças lembrou a importância das medidas tomadas pelo país nos últimos anos, mas destaca que "se há algum sinal em sentido contrário [das reformas] pode haver algum problema".
Já José Dias Coelho, da área de "private banking", acrescenta que o clima de incerteza vai ter que ser "clarificado em breve" e que o mercado precisa é de sinais de estabilidade, seja um governo de esquerda ou direita. E o especialista lembrou também o caso brasileiro. A bolsa brasileira viveu o seu melhor período com um governo de esquerda. "Lula da Silva era quase um fora da lei e fez um excelente trabalho. Soube ler o que os mercados queriam", rematou.
Esta conferência antecedeu o arranque do "Jogo da Bolsa". Esta competição, desenvolvida pelo Negócios, em parceria com a GoBulling, decorre entre 9 de Novembro a 4 de Dezembro.