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Investidores não estão a descontar risco de incumprimento

Os investidores não gostam de incerteza, alertaram os especialistas presentes na conferência no âmbito do "Jogo da Bolsa". Mas não descontam risco de incumprimento.

Pedro Elias
28 de Outubro de 2015 às 20:56
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O clima de instabilidade política que se vive no país está a conduzir a um agravamento do prémio de risco da dívida portuguesa. Os especialistas presentes na conferência de lançamento da edição deste ano do "Jogo da Bolsa" sublinharam que o movimento crescente dos juros da dívida nacional não reflecte o risco de incumprimento. Mas alertam que é preciso continuar o trabalho realizado.

"Os investidores não gostam de incerteza", no entanto, o mercado "não está a antecipar qualquer tipo de incumprimento", defendeu Filipe Seara Cardoso, "deputy manager" do Banco Carregosa, na conferência de imprensa sobre perspectivas para o mercado financeiro e estratégias de investimento que decorreu esta quarta-feira.

Os investidores têm vindo a exigir juros mais elevados para apostar em títulos de dívida portuguesa, o que agravou o prémio de risco, com o diferencial face à dívida alemã a aproximar-se dos 200 pontos-base, fruto da incerteza política que se vive no país. Seara Cardoso destaca, porém, que esta subida das últimas semanas coloca os juros onde estavam há três meses e não vai colocar "em causa a capacidade de Portugal se financiar".

"O que é expectável é que os agentes políticos percebam que há um caminho a ser percorrido", realçou João Cantiga Esteves. Questionado sobre se o clima de instabilidade política pode agravar os custos de financiamento, o professor de Finanças lembrou a importância das medidas tomadas pelo país nos últimos anos, mas destaca que "se há algum sinal em sentido contrário [das reformas] pode haver algum problema".

Já José Dias Coelho, da área de "private banking", acrescenta que o clima de incerteza vai ter que ser "clarificado em breve" e que o mercado precisa é de sinais de estabilidade, seja um governo de esquerda ou direita. E o especialista lembrou também o caso brasileiro. A bolsa brasileira viveu o seu melhor período com um governo de esquerda. "Lula da Silva era quase um fora da lei e fez um excelente trabalho. Soube ler o que os mercados queriam", rematou.

Esta conferência antecedeu o arranque do "Jogo da Bolsa". Esta competição, desenvolvida pelo Negócios, em parceria com a GoBulling, decorre entre 9 de Novembro a 4 de Dezembro.
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