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Investidores confiantes na permanência do Reino Unido na UE

A avaliar pelo comportamento dos mercados, os britânicos vão votar na permanência do Reino Unido na União Europeia. As bolsas sobem pela quinta sessão, a libra e o euro valorizam e os juros estão em queda.  

Reuters
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Se os sinais que os mercados estão a dar esta quinta-feira estiverem correctos, então a União Europeia vai continuar a integrar a segunda maior economia da Europa.

 

Depois da forte turbulência registada em algumas sessões da semana passada, a sessão do dia em que os britânicos estão a votar no referendo está a ser bastante tranquila e marcada por uma valorização dos activos que mais têm a beneficiar com o Bremain.

 

As bolsas europeias registam a quinta sessão de ganhos, com o Stoxx 600 a valorizar 0,86%. Todos os 19 sectores deste índice estão em alta e a generalidade dos índices nacionais está também em terreno positivo (com ganhos em torno de 1%).

 

De acordo coma Bloomberg, o índice que reúne as 600 maiores cotadas europeias está mesmo a registar a melhor semana desde 2011. Em Londres o FTSE valoriza 1,02%, tendo atingido um máximo de dois meses.

 

Os receios com o Brexit atiraram as bolsas europeias para mínimos desde Fevereiro na semana passada, sendo que desde então o Stoxx 600 já recuperou mais de 6%. O PSI-20 está a ganhar 1,41%, reduzindo as perdas anuais para 11,8%.

 

O comportamento dos mercados accionistas mostra que os investidores estão agora mais confiantes na permanência do Reino Unido na União Europeia. Sinais que são também transmitidos pela evolução das acções, mas também de outros activos.

 

A libra segue a valorizar 0,9% para 1,4844 dólares, o valor mais elevado desde 31 de Dezembro, ainda que, apesar de uma ligeira vantagem a favor de um Bremain, as últimas sondagens demonstrem um grande equilíbrio entre as intenções de voto a favor de permanecer e abandonar a União Europeia. Ainda no mercado cambial, o euro valoriza 0,7% para 1,1375 dólares.

 

No mercado da dívida soberana, a acalmia também é a nota dominante. Os juros das obrigações portuguesas a 10 anos caem 3,1 pontos base para 3,116%. A "yield"das bunds avança 0,5 pontos base para 0,066%.

 

Sexta-feira agitada

 

As urnas fecham só às 22:00 e os resultados só serão divulgados ao longo da madrugada, pelo que só na sessão de sexta-feira os investidores vão reagir aos números finais.

 

Qualquer que seja o resultado, a volatilidade deverá continuar a ser a palavra de ordem dos mercados. "Está a regressar algum dinheiro aos mercados, mas eu prefiro ficar quieto até conhecer os resultados", comentou à Bloomberg Thomas Thygesen, da SEB AB.

 

"Continuamos a acreditar que a resposta ao resultado do referendo será assimétrica", explica o Commerzbank. Isso mesmo sublinha o Berenberg, ao apontar que "se o Reino Unido escolher ficar na UE, os mercados provavelmente vão esquecer os restantes riscos que pairam da Europa". "Contudo, no caso de o Brexit vencer, os mercados poderão exagerar noutros riscos, com potencial foco em Itália", atira.

"As acções europeias e britânicas poderiam afundar 10%, ao mesmo tempo que os juros da dívida dos países 'core' [caso da Alemanha] recuariam ainda mais", aponta a NN Investment Partners. Forte será também o impacto do Bremain. "Um voto para ficar na UE provavelmente será seguido por ganhos acentuados nos mercados", conclui.

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