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Investidores preparam-se para o impacto dos dados das vacinas

Os resultados das vacinas que lideram a corrida, como a da Pfizer e da sua parceira alemã BioNTech, são esperados nas próximas semanas.

25 de Outubro de 2020 às 16:00
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Os próximos dois meses têm potencial para causar estragos no setor da saúde e no mercado, à medida que vários resultados de testes de vacinas para a Covid-19 coincidem com a reta final das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

"A perspetiva da vacina acabará por minimizar as eleições em termos de impacto no mercado", afirmam especialistas do Goldman Sachs. Uma vacina antes do esperado aumentaria os valores das ações, enquanto um atraso poderia fazer o mercado cair, independentemente do resultado da eleição, segundo a análise do banco.

Com a autorização de uso de emergência agora prevista para o fim do ano, a FDA, agência que regula fármacos e alimentos nos Estados Unidos, convocou uma reunião na quinta-feira para definir o cenário.

O objetivo principal da agência é procurar apoio público em relação à sua posição acerca da diretriz de segurança da vacina para a Covid-19, e reduzir preocupações sobre a politização da aprovação, disse Geoffrey Porges, analista da SVB Leerink, numa entrevista.

Os resultados das vacinas que lideram a corrida, como a da Pfizer e da sua parceira alemã BioNTech, são esperados nas próximas semanas. Dados da Moderna podem sair em novembro. E os primeiros dados da fase final de um modelo de dose única, a vacina da Johnson & Johnson, podem ser divulgados antes do final do ano. No entanto, o estudo atualmente está suspenso.

O mercado de opções mostra expetativa de mais ganhos para as ações da Moderna. O número de opções em aberto em contratos com aposta na subida supera os contratos que esperam quebras, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Para a Pfizer, as opções de compra superam as de venda numa proporção de 2 para 1. Embora os contratos com aposta na queda ainda dominem as opções da BioNTech, as negociações estavam mais ativas nas opções de compra recentemente.

"Para as ações, o evento crítico é a declaração de eficácia", disse Porges. Se uma vacina puder mostrar uma eficácia de 75% ou mais, "as ações vão subir", especialmente aquelas que trabalham em vacinas de RNA mensageiro semelhantes, como a Moderna, mas também pares menores, como Arcturus Therapeutics, Translate Bio e CureVac, aponta.

Não importa que não criem muito valor, "mas haverá uma perceção de que irão", segundo Porges. E não são apenas empresas que correm para encontrar tratamentos para a pandemia. Com daytraders no comando - segundo algumas estimativas representam de 20% a 40% do volume de negociação -, os resultados podem conduzir a um novo rally no mercado accionista.

Eficácia mais baixa

Para alguns, mesmo taxas de eficácia na faixa mais baixa de 60% seriam suficientes para investidores adotarem uma visão otimista sobre a diminuição do teletrabalho e sobre ações pró-cíclicas, escreveram os analistas do Goldman, liderados por Asad Haider. Taxas abaixo de 50% certamente desapontarão, alertou, e podem estimular algumas negociações rotativas.

"O progresso ou retrocessos de uma vacina são os determinantes mais importantes da direção do mercado", acredita George Ball, presidente do conselho da empresa de investimentos Sanders Morris Harris, com sede em Houston. O mercado descontou a eleição presidencial dos Estados Unidos, e traders ativos já fizeram hedge das suas posições usando opções, afirmou.

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