David Gerstenhaber, fundador do "hedge fund" que gere 1,6 mil milhões de dólares (1,23 mil milhões de euros) e investe de acordo com tendências macroeconómicas, diz que Portugal deverá receber ajuda para se financiar, de forma a reduzir o risco de contágio do risco da dívida soberana a outros economias da Zona Euro.

"Portugal é estruturalmente fraco" disse o especialista à Bloomberg. "Existe 90% de eles receberem algum tipo de ajuda" para impedir que as preocupações relativas à qualidade de crédito do país se espalhem para Espanha e Itália, referiu.

No último mês as acções e a moeda única depreciaram, reflectindo os receios relacionados com a crise da dívida soberana da Zona Euro. O gestor do "hedge fund" é um dos que acredita que os problemas com a dívida europeia representam a maior ameaça à recuperação económica mundial.

Já no mês passado, o fundador do Comac Capital, e do Brevan Howard Asset Management, Colm O’Shea, disse que os problemas nas economias da periferia europeia poderão obrigar o Banco Central Europeu a prolongar os programas de estímulo à economia durante mais tempo do que o esperado.

"Os problemas fiscais e o 'stress' financeiro em alguns dos país periféricos da Zona Euro estão a piorar, apesar de um fortalecimento da Alemanha", disse o gestor numa nota de investimento enviada a investidores. "Estes problemas suportam [a tese de que] o banco central terá de adiar a retirada das medidas de apoio extraordinário à economia", acrescentou.

Ontem as acções e o euro subiram animados com o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, a sinalizar que irá prolongar o programa de compra de obrigações à banca.