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Goldman redobra apostas em ações baratas de olho em recuperação

O responsável pela divisão de ações do Goldman Sachs diz que o mercado não está a estimar devidamente o potencial da recuperação económica neste ano, e que as ações de valor e cíclicas mais baratas serão as maiores vencedoras desta retoma.

07 de Março de 2021 às 14:00
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"A tendência subjacente é bastante clara: estamos a entrar num período de crescimento global muito sincronizado", disse Peter Oppenheimer, do Goldman, em entrevista à Bloomberg TV, acrescentando que espera um crescimento global de 6,5% este ano devido a políticas monetárias e orçamentais de apoio, bem como ao aumento dos preços das matérias-primas. "Essas condições ainda são muito favoráveis para as ações cíclicas e de valor." Para o especialista, ainda há espaço para ganhos.

As últimas sessões foram de perdas para os índices acionistas globais, com os investidores a desfazerem-se das cotadas mais caras, como ações de tecnologia, devido às preocupações com o aumento das taxas de juro das obrigações soberanas. No entanto, o recuo dos ativos de risco não durou muito, e os investidores começaram a comprar os títulos mais baratos. O foco esta semana migrou para o otimismo com a rápida vacinação e planos de reabertura da economia.

O desempenho de ações mais baratas, ou de valor, superou empresas com forte crescimento em fevereiro. O índice MSCI World Value subiu 4,5% em contraste com ganho de apenas 0,3% para o indicador MSCI World Growth. Oppenheimer, do Goldman, disse que há potencial de alta para apostas na reabertura, como em viagens e lazer, bebidas, bancos, setores de commodities e infraestrutura de transporte.

"São setores que ainda parecem baratos e podem beneficiar muito com o tipo de forte recuperação do crescimento que esperamos a partir de meados do ano, motivada pela distribuição mais rápida de vacinas, especialmente no Reino Unido e nos EUA", disse. Altos níveis de poupança devem traduzir-se em forte aumento do consumo à medida que as restrições forem flexibilizadas, acrescentou.

 

 

 

Ao mesmo tempo, o Goldman ainda gosta de algumas empresas de tecnologia, mas observa que há menos espaço para melhoria das estimativas, já que esses vencedores da pandemia são mais vulneráveis em termos de avaliação, rendimentos mais altas das obrigações  ou curva de rendimento mais inclinada, disse Oppenheimer.

Sobre a onda vendedora no mercado de dívida, Oppenheimer disse que investidores de ações vão agora observar a velocidade, o nível e a razão por trás do aumento dos rendimentos. Um aumento de 40 pontos-base dos rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA num mês pode levar a retornos negativos no mercado de ações, disse. Mas, normalmente, o aumento das taxas e expectativas de inflação são positivos para as ações, porque reduzem o risco implícito de recessão e deflação, disse Oppenheimer.

"Se for um movimento gradual, acho que as ações podem ter um desempenho muito bom em termos de valor e cíclicos também. Se for uma mudança muito rápida, começaremos a ter problemas", disse Oppenheimer. "Mas, se for um aumento dos juros nominais e pontos de equilíbrio refletindo uma confiança mais forte no crescimento e na inflação, isso é muito mais positivo."

 

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