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Gestores aproveitam crise para comprar acções das suas empresas

"Faz o que eu digo e faz o que faço" é o lema que os gestores de bancos, empresas de crédito ao consumo e seguradoras norte-americanas querem que os accionistas das suas instituições sigam nesta altura turbulenta para as bolsas. Assim, desde 1995 que não

29 de Agosto de 2007 às 12:55
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"Faz o que eu digo e faz o que faço" é o lema que os gestores de bancos, empresas de crédito ao consumo e seguradoras norte-americanas querem que os accionistas das suas instituições sigam nesta altura turbulenta para as bolsas. Assim, desde 1995 que não havia um investimento tão grande de quadros de topo de empresas financeiras em acções dos seus próprios grupos.

No total, em Agosto, estes investidores aplicaram 26,9 milhões de dólares (19,74 milhões de euros) em acções das cotadas que gerem e que englobam o índice S&P500. Nos EUA, é obrigatório comunicar estes reforços de capital à entidade que regula o mercado, a SEC.

"Isto é um sinal de que as pessoas mais próximas do negócio tem confiança nele ao ponto de lá investir. Além disso, demonstra o quão baratas estão agora as acções de muitas empresas do sector financeiro", afirmou Kevin Cronin, um gestor de activos, à agência Bloomberg. Este gestor aproveitou a queda dos mercados para investir no sector financeiro.

A crise no mercado de crédito de alto-risco ("subprime") afectou todos os mercados bolsistas, mas teve principal incidência no sector financeiro. O receio de que a crise no mercado de dívida alastrasse para os créditos de boa qualidade e com menor risco levou muitos investidores a "fugirem" das acções das instituições financeiras.

Isto porque os bancos são grandes depositários e compradores de títulos de dívida, pelo que os seus activos poderiam desvalorizar bastante. Além disso, há o risco de que o incumprimento do pagamento de créditos bancários e o consequente aumento do crédito malparado prejudicasse os resultados destas instituições.

Houve mesmo várias empresas de crédito que abriram falência nos EUA e outras que tiveram de pôr do próprio dinheiro para pagar dívida que compraram e não conseguiram vender no mercado. Tudo isto é prejudicial para as suas contas.

No entanto, o sinal proveniente dos actos dos directores destas companhias é forte. "A indústria financeira está a dizer: Meu Deus, as perspectivas que temos para os próximos tempos são muito melhores do que os motivos que levaram à devastação de valor que afectou as acções das nossas empresas, portanto vamos comprar algumas", afirmou um gestor da gigante Blackrock à Bloomberg.

O jornal castelhano "Cinco Dias" escreveu ontem que, em Espanha, o investimento dos gestores de empresas cotadas nas suas próprias acções foi de 100 milhões de euros entre 20 de Julho e 12 de Agosto. Isto demonstra uma forte confiança numa bolsa que caiu 3,2% neste período.

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