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Fundos verdes podem causar "bolha" no sector ambiental

Há gestores de fundos que estão a viver um "déjà vu" face ao final da década de 1990. Na altura, as tecnológicas estavam a disparar e eram a galinha dos ovos de ouro do futuro. O seu potencial de crescimento era tido como enorme e o seu preço no mercado e

27 de Setembro de 2007 às 11:00
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Há gestores de fundos que estão a viver um "déjà vu" face ao final da década de 1990. Na altura, as tecnológicas estavam a disparar e eram a galinha dos ovos de ouro do futuro. O seu potencial de crescimento era tido como enorme e o seu preço no mercado era exorbitante face aos seus resultados na altura. Depois veio o "crash" que pulverizou centenas de milhares de milhões de euros de valor.

Actualmente vive-se a seguinte história: numa altura de grande enfoque social no meio ambiente, na poupança energética e na preservação do planeta, todos acham que as empresas que trabalham nesta áreas vão crescer imenso. Os seus resultados, estima-se, serão fantásticos dentro de alguns anos, quando as empresas começarem a beneficiar dos grandes investimentos estatais e corporativos nestas áreas. Agora a questão é saber se a sensação de "dejá vu" irá continuar.

Há especialistas que consideram que sim e outros que estão optimistas.

Os mais "catastróficos" apontam a evolução dos últimos anos como a principal razão para temer o futuro, pelo menos neste sector. O investimento dos fundos nestas companhias que já são cotadas foi de 4,59 mil milhões de euros até 31 de Julho, cerca de 15% do investimento total dos fundos de acções na Europa. Em 2006, este valor tinha-se ficado pelos 3,09 mil milhões de euros. Este crescimento fez disparar a cotação de muitas empresas do sector, aquelas em que os gestores identificam maior potencial de crescimento. A "Yingli Green Energy", por exemplo, é a cotada que tem uma relação mais desproporcionada entre os seus lucros e o valor das suas acções. O seu PER é de 445 vezes, ou seja, o valor da empresa em bolsa é superior em 445 vezes os lucro do grupo. Normalmente, um PER de uma empresa anda abaixo das 50 vezes, sendo que apenas aquelas que são mais novas e têm grande potencial de crescimento registam valores tão altos.

Já os gestores de fundos e especialistas que defendem o potencial deste sector, consideram que o tema e os impactos que a mudança climática terão a nível global serão tão grandes que justificam a aposta num crescimento tão grande dos resultados e do tamanho do grupo. A regulação e dados financeiros demonstram a boa saúde financeira e a capacidade de investimento destas cotadas, o que justifica as elevadas cotações, afirmam ao Financial Times.

No entanto, advertem, será preocupante se muitos mais fundos começarem a investir nesta área.

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