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Fundos perdem mais que as acções nacionais na crise

Quando o mercado está em queda, é difícil contrariar a tendência e conseguir ser imune às perdas. Situação que se agrava quando ocorre em mercados mais pequenos, como o português, onde as opções de investimento são limitadas.

13 de Março de 2008 às 00:10
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Quando o mercado está em queda, é difícil contrariar a tendência e conseguir ser imune às perdas. Situação que se agrava quando ocorre em mercados mais pequenos, como o português, onde as opções de investimento são limitadas.

O desafio é grande e nem sempre é superado pelos investidores, nem mesmo pelos profissionais. É o que está a acontecer com os fundos que investem exclusivamente na bolsa nacional, cujas perdas acumuladas já superam a queda do mercado.

Desde o início da turbulência financeira no Verão passado, os gestores portugueses estão a ter desempenhos ainda piores que o seu índice de referência. Em média, os fundos de acções nacionais perdem 28,49% desde a eclosão da crise financeira, em Julho, de acordo com os cálculos do Jornal de Negócios, efectuados com base no valor das unidades de participação, a 10 de Março, dos sete fundos de investimento da categoria de acções nacionais. O que supera a desvalorização do índice PSI-20 que, no mesmo período, desvaloriza 23,22%.

Nenhum dos sete fundos de acções portuguesas consegue ter perdas menos acentuadas que o principal índice da bolsa nacional. O melhor desempenho na crise pertence ao Banif Acções Portugal, que cai 24,43% desde Julho.

O contraste entre a "performance" dos gestores profissionais e o seu índice de referência é, contudo, menos pronunciada num espaço de tempo mais curto. Desde o início do ano, os fundos de acções nacionais desvalorizam numa média de 19,53%, enquanto a penalização do seu "benchmark" atinge os 19,37%. O pior da classe neste período é o Barclays Premier Acções Portugal, que, em 2008, perde 21,94%.

Investimento em acções nacionais cai para mínimos de dois anos

O mau desempenho da bolsa de Lisboa na actual turbulência internacional, está a afastar os gestores portugueses do seu mercado doméstico. Há dois anos que os fundos portugueses não investiam tão pouco nas empresas cotadas na bolsa nacional.

No mês passado, o investimento dos fundos mobiliários em acções nacionais atingiu os 947,7 milhões de euros, segundo dados da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Trata-se do montante mais baixo desde Fevereiro de 2006, mês em que o investimento realizado situou-se nos 893,2 milhões de euros.

Fevereiro passado foi também o quarto mês consecutivo de retracção na aposta dos fundos em acções nacionais. Já em Janeiro, por exemplo, o investimento dos fundos na bolsa portuguesa tinha caído 28,5%. Nos últimos seis meses, a única excepção a esta tendência foi o mês de Outubro, no qual a compra de acções nacionais ultrapassou os 1,45 mil milhões de euros, representando um crescimento de 12,9% face a Setembro.

A menor aposta dos gestores de fundos portugueses vai além das acções. As estatísticas mostram que o investimento global dos fundos em valores cotados na Euronext Lisbon (acções e títulos de dívida) está em mínimos desde Outubro de 2005.

Em Fevereiro último, Portugal foi apenas o quarto destino preferido dos fundos nacionais, num investimento que ascendeu a 1,288 mil milhões de euros, representando 7,9% das aplicações totais. O Luxemburgo surge destacado como o país em que os gestores nacionais mais apostam, ao acolher 33,6% do investimento total. Seguem-se a Irlanda com 14,1% do investimento, e o Reino Unido com 13,9%.

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