A bolsa nacional negociava em queda, em linha com os restantes índices europeus, num dia marcado por novas suspeitas de irregularidade nas contas da fornecedora de recursos humanos Adecco. O índice PSI-20 caía 0,45% pressionado pelo Banco Comercial Português (BCP) e Portugal Telecom (PT), alvo de uma recomendação desfavorável. A Brisa impedia uma maior queda do índice.

O índice PSI-20 [PSI] marcava 6.837,25 pontos, com nove acções em queda, cinco inalteradas e as restantes seis em subida, com 50,7 milhões de euros transaccionados.

«O mercado nacional apresentou baixo nível de liquidez ao longo da manhã, onde os títulos mais atractivos foram os do grupo Sonae e do BCP», comentou o analista Filipe Almeida da Probolsa.

A evolução do PSI-20 estava a ser determinada pela queda do Banco Comercial Português (BCP) [BCP] que desvalorizava 1,72% para 1,71 euros com 6,25 milhões de títulos movimentados, depois de na semana anterior ter anunciado a interrupção do processo de alienação de parte da Seguros & Pensões. Nos últimos cinco dias, a cotação do maior banco privado nacional sofreu um revés de 4,92%.

No restante sector da banca, o Banco Espírito Santo (BES) [BESNN] perdia 0,08% para os 13,04 euros, enquanto o Banco BPI [BPIN] somava 1,36% para os 2,99 euros.

O «Diário Económico», citando um estudo do Santander, refere que o banco liderado por Artur Santos Silva, a Brisa [BRISA], a Ibersol [IBRS], a Impresa [IPR], a PT e a Sonaecom [SNC] poderão ser as empresas cotadas em bolsa que mais beneficiarão do evento do Euro 2004, que se realizará este ano em Portugal.

As acções da Sonaecom e da Brisa lideravam os ganhos da bolsa nacional, com valorizações de 3,46% e 2,42%, respectivamente. A empresa liderada por Francisco Pinto Balsemão, a Impresa, mantinha-se inalterada nos 3,54 euros e a Ibersol avançava 1,45% para os 4,21 euros.

A Portugal Telecom (PT) [PTC] perdia 1,77% para os 8,31 euros, depois do Crédit Suisse First Bóston (CSFB) ter baixado a recomendação de «outperform» para «neutral», segundo a «Bloomberg». O analista Petros Katsoulas cita o impacto da descida do real contra o euro e a queda nas receitas no negócio tradicional da operadora.

A Electricidade de Portugal (EDP) [EDP] cotava, sem alteração no preço, nos 2,11 euros. Segundo comunicado, a eléctrica nacional, através da Companhia Portuguesa de Produção de Electricidade (CPPE) e a sua participada espanhola Hidrocantábrico criaram um agrupamento europeu de interesse económico (AEIE) para reduzir emissões de dióxido de enxofre em três das suas centrais.