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Euro desce a corrigir subidas do início da semana
O euro recuava 0,11% face ao dólar, com a divisa europeia a corrigir as valorizações registadas no início desta semana e com expectativas de manutenção dos juros por parte do Banco Central Europeu (BCE).
A moeda única cotava nos 0,8527 dólares e ganhava 0,43% relativamente à divisa nipónica, ao valer 106,18 ienes.
A divisa europeia encerrou as primeiras três sessões da semana a ganhar face ao dólar, uma tendência que se inverteu ontem e que tinha continuidade na sessão de hoje.
«O euro estava a corrigir a tendência de subida que apresentou no início da semana», afirmou Paula Carvalho, analista do BPI, sublinhando que o euro tinha vindo a beneficiar das quedas nos mercados accionistas norte-americanos e da crise na América Latina.
O Merval, principal índice da Bolsa argentina, chegou a perder mais de 13% na sessão de ontem, afectado pela crise económica que atravessa a Argentina e que está a afectar indirectamente outros países da região, como o Brasil.
«Esta turbulência na América Latina começou por beneficiar o euro, mas agora parece estar a ser mais favorável ao dólar, porque este é sempre visto como uma moeda de refúgio a nível internacional», explicou a analista do BPI.
A mesma fonte acrescentou que a moeda única era também prejudicada «pela sensação crescente de que o BCE não irá cortar as taxas de juro assim tão cedo», tendo em conta as últimas afirmações dos seus responsáveis.
O BCE referiu ontem, no seu Boletim Mensal de Julho, que o actual nível das taxas de juro na Zona Euro é «apropriado» para conter as pressões inflacionistas no médio prazo.
A taxa directora do BCE situa-se nos 4,5%, tendo a autoridade monetária europeia efectuado apenas uma redução de 25 pontos base desde o início deste ano, na tentativa de impulsionar a economia da Zona Euro, o que compara com as seis reduções realizadas pela Reserva Federal (FED) norte-americana, num total de 275 pontos base, para os actuais 3,75%.
Segundo dados divulgados hoje pelo Governo norte-americano, as vendas a retalho nos Estados Unidos (EUA) aumentaram 0,2% em Junho, enquanto o índice de preços no produtor (IPP), que funciona como indicador avançado para a inflação, caiu 0,4% no mesmo período.
«Estes dados vieram demonstrar que a inflação não constitui um problema nos EUA e reforçaram a ideia de que o papel mais activo do FED está agora próximo de terminar», de acordo com a analista do BPI.
Cada euro vale 200,482 escudos.