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EUA e Bruxelas abrem a porta ao fim das patentes nas vacinas anti-covid. Farmacêuticas afundam em bolsa
Bruxelas poderá seguir os comentários de ontem, feitos pelo presidente dos EUA, sobre a defesa da eliminação das patentes
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A União Europeia (UE) poderá juntar-se aos EUA na defesa da renúncia aos direitos de propriedade intelectual sobre as vacinas para a covid-19, adiantou esta manhã a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, numa conferência virtual, levando as ações do setor farmacêutico nas duas regiões a afundar.
Von der Leyen disse que "a UE está pronta para discutir qualquer proposta que aborde a crise de maneira eficaz e pragmática", acrescentando que "é por isso que estamos prontos para falar sobre a proposta dos EUA para uma isenção de propriedade intelectual para as vacinas que poderia ajudar a atingir esse objetivo".
Numa conferência que teve lugar em Florença, Itália, mas de forma virtual, a líder europeia adiantou que, no curto prazo, todos os países produtores de vacinas devem permitir a exportação e "evitar medidas que interrompam as cadeias de abastecimento. Mais tarde, no seu Twitter, von der Leyen voltou a reforçar a mesma ideia.
A alemã BioNTech, que está cotada tanto em Wall Street, como em Frankfurt, viu as suas ações caíram quase 19% na sessão de ontem, nos EUA, tendo já derrapado também 11% na sessão de hoje, na Alemanha. Já a Pfizer, a empresa que produziu uma vacina anti-covid com a congénere germânica, está a desvalorizar cerca de 3%, na pré-abertura dos mercados norte-americanos.
Na China, a Shanghai Fosun Pharmaceutical, que tem os direitos de produzir a vacina da BioNTech e de a comercializar em Pequim, desvalorizou 14% em Hong Kong. Ainda em Wall Street, outras farmacêuticas como a CureVac e a Novavax vão perdendo mais de 2,5% antes de a bolsa abrir as portas nesta quinta-feira, apontando para um começo de dia em queda do outro lado do Atântico.
Ontem, a administração de Joe Biden - líder da Casa Branca - disse que iria apoiar o levantamento das patentes sobre as vacinas produzidas para combater a covid-19, o que representa uma mudança total na posição de Washington, que até então tinha posto a propriedade intelectual das vacinas em primeiro lugar.
Contudo, dada a situação de emergência - como está previsto na exceção ao Acordo sobre Aspetos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPS) - a representante dos EUA na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), que teve lugar ontem, anunciou a decisão.
UE exportou mais de 200 milhões de doses
Na mesma conferência, a presidente da CE voltou a defender e elogiar a campanha de vacinação no bloco central, deixando algumas farpas à forma isolada como o Reino Unido e os EUA estão a operar, numa altura em que Bruxelas se assume como a maior exportadora de vacinas anti-covid em todo o mundo.
"É claro que a nossa vacinação europeia está a ser um sucesso", disse Ursula von der Leyen, adiantando que "o que conta é o estável aumento de entregas diárias de vacinas aos nossos cidadãos e ao mundo". "Alguns podem dizer que os países como os EUA e o Reino Unido estão a ser mais rápidos (...) mas eu digo: a Europa alcançou este sucesso, mantendo-se aberta ao mundo".
Continuou: "enquanto outros mantêm a sua produção de vacinas por si próprios, a Europa é o principal exportador de vacinas a nível mundial".
Nos últimos meses, a UE exportou mais de 200 milhões de doses de vacinas para o resto do mundo. As exportações do bloco central chegaram a mais de 90 países, incluindo muitos nos países em desenvolvimento em todo o mundo, mas também ao Reino Unido, que recebeu 28 milhões de doses, ou ao Japão, onde chegaram mais de 72 milhões de doses com selo europeu.
Von der Leyen disse que "a UE está pronta para discutir qualquer proposta que aborde a crise de maneira eficaz e pragmática", acrescentando que "é por isso que estamos prontos para falar sobre a proposta dos EUA para uma isenção de propriedade intelectual para as vacinas que poderia ajudar a atingir esse objetivo".
Se as ações das farmacêuticas em todo o mundo já tinham reagido em queda com o avanço dos EUA nesta matéria, agora voltaram a reforçar as perdas.The EU is at the forefront of deliveries of effective vaccines to the rest of the world: So far, more than 200 million doses !
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) May 6, 2021
As much as have been delivered to Europeans.
A alemã BioNTech, que está cotada tanto em Wall Street, como em Frankfurt, viu as suas ações caíram quase 19% na sessão de ontem, nos EUA, tendo já derrapado também 11% na sessão de hoje, na Alemanha. Já a Pfizer, a empresa que produziu uma vacina anti-covid com a congénere germânica, está a desvalorizar cerca de 3%, na pré-abertura dos mercados norte-americanos.
Na China, a Shanghai Fosun Pharmaceutical, que tem os direitos de produzir a vacina da BioNTech e de a comercializar em Pequim, desvalorizou 14% em Hong Kong. Ainda em Wall Street, outras farmacêuticas como a CureVac e a Novavax vão perdendo mais de 2,5% antes de a bolsa abrir as portas nesta quinta-feira, apontando para um começo de dia em queda do outro lado do Atântico.
Ontem, a administração de Joe Biden - líder da Casa Branca - disse que iria apoiar o levantamento das patentes sobre as vacinas produzidas para combater a covid-19, o que representa uma mudança total na posição de Washington, que até então tinha posto a propriedade intelectual das vacinas em primeiro lugar.
Contudo, dada a situação de emergência - como está previsto na exceção ao Acordo sobre Aspetos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPS) - a representante dos EUA na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), que teve lugar ontem, anunciou a decisão.
UE exportou mais de 200 milhões de doses
Na mesma conferência, a presidente da CE voltou a defender e elogiar a campanha de vacinação no bloco central, deixando algumas farpas à forma isolada como o Reino Unido e os EUA estão a operar, numa altura em que Bruxelas se assume como a maior exportadora de vacinas anti-covid em todo o mundo.
"É claro que a nossa vacinação europeia está a ser um sucesso", disse Ursula von der Leyen, adiantando que "o que conta é o estável aumento de entregas diárias de vacinas aos nossos cidadãos e ao mundo". "Alguns podem dizer que os países como os EUA e o Reino Unido estão a ser mais rápidos (...) mas eu digo: a Europa alcançou este sucesso, mantendo-se aberta ao mundo".
Continuou: "enquanto outros mantêm a sua produção de vacinas por si próprios, a Europa é o principal exportador de vacinas a nível mundial".
Nos últimos meses, a UE exportou mais de 200 milhões de doses de vacinas para o resto do mundo. As exportações do bloco central chegaram a mais de 90 países, incluindo muitos nos países em desenvolvimento em todo o mundo, mas também ao Reino Unido, que recebeu 28 milhões de doses, ou ao Japão, onde chegaram mais de 72 milhões de doses com selo europeu.