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EUA e Bruxelas abrem a porta ao fim das patentes nas vacinas anti-covid. Farmacêuticas afundam em bolsa

Bruxelas poderá seguir os comentários de ontem, feitos pelo presidente dos EUA, sobre a defesa da eliminação das patentes

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06 de Maio de 2021 às 10:19
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A União Europeia (UE) poderá juntar-se aos EUA na defesa da renúncia aos direitos de propriedade intelectual sobre as vacinas para a covid-19, adiantou esta manhã a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, numa conferência virtual, levando as ações do setor farmacêutico nas duas regiões a afundar. 

Von der Leyen disse que "a UE está pronta para discutir qualquer proposta que aborde a crise de maneira eficaz e pragmática", acrescentando que "é por isso que estamos prontos para falar sobre a proposta dos EUA para uma isenção de propriedade intelectual para as vacinas que poderia ajudar a atingir esse objetivo".

Numa conferência que teve lugar em Florença, Itália, mas de forma virtual, a líder europeia adiantou que, no curto prazo, todos os países produtores de vacinas devem permitir a exportação e "evitar medidas que interrompam as cadeias de abastecimento. Mais tarde, no seu Twitter, von der Leyen voltou a reforçar a mesma ideia.

Se as ações das farmacêuticas em todo o mundo já tinham reagido em queda com o avanço dos EUA nesta matéria, agora voltaram a reforçar as perdas. 

A alemã BioNTech, que está cotada tanto em Wall Street, como em Frankfurt, viu as suas ações caíram quase 19% na sessão de ontem, nos EUA, tendo já derrapado também 11% na sessão de hoje, na Alemanha. Já a Pfizer, a empresa que produziu uma vacina anti-covid com a congénere germânica, está a desvalorizar cerca de 3%, na pré-abertura dos mercados norte-americanos.

Na China, a Shanghai Fosun Pharmaceutical, que tem os direitos de produzir a vacina da BioNTech e de a comercializar em Pequim, desvalorizou 14% em Hong Kong. 
Ainda em Wall Street, outras farmacêuticas como a CureVac e a Novavax vão perdendo mais de 2,5% antes de a bolsa abrir as portas nesta quinta-feira, apontando para um começo de dia em queda do outro lado do Atântico.

Ontem, a
 administração de Joe Biden - líder da Casa Branca - disse que iria apoiar o levantamento das patentes sobre as vacinas produzidas para combater a covid-19, o que representa uma mudança total na posição de Washington, que até então tinha posto a propriedade intelectual das vacinas em primeiro lugar. 

Contudo, dada a situação de emergência - como está previsto na exceção ao Acordo sobre Aspetos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPS) - a representante dos EUA na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), que teve lugar ontem, anunciou a decisão. 

UE exportou mais de 200 milhões de doses
Na mesma conferência, a presidente da CE voltou a defender e elogiar a campanha de vacinação no bloco central, deixando algumas farpas à forma isolada como o Reino Unido e os EUA estão a operar, numa altura em que Bruxelas se assume como a maior exportadora de vacinas anti-covid em todo o mundo. 

"É claro que a nossa vacinação europeia está a ser um sucesso", disse Ursula von der Leyen, adiantando que "o que conta é o estável aumento de entregas diárias de vacinas aos nossos cidadãos e ao mundo". "Alguns podem dizer que os países como os EUA e o Reino Unido estão a ser mais rápidos (...) mas eu digo: a Europa alcançou este sucesso, mantendo-se aberta ao mundo". 

Continuou: "enquanto outros mantêm a sua produção de vacinas por si próprios, a Europa é o principal exportador de vacinas a nível mundial". 

Nos últimos meses, a UE exportou mais de 200 milhões de doses de vacinas para o resto do mundo. As exportações do bloco central chegaram a mais de 90 países, incluindo muitos nos países em desenvolvimento em todo o mundo, mas também ao Reino Unido, que recebeu 28 milhões de doses, ou ao Japão, onde chegaram mais de 72 milhões de doses com selo europeu. 
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