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Pfizer e Moderna preparam-se para "dobrar" vendas de vacinas no próximo ano

Fabricantes mRNA vão dominar mercado de vacinas contra a covid-19 em 2022. Previsões apontam que vendas da BioNTech/Pfizer e da Moderna devem superar barreira dos 90 mil milhões de dólares.

EPA
18 de Outubro de 2021 às 13:00
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As vendas da BioNTech/Pfizer e da Moderna devem ascender a 93,2 mil milhões de dólares no próximo ano, o que representa quase o dobro da marca atingida este ano.

É pelo menos essa a projeção facultada pelo Airfinity ao Financial Times. Segundo o grupo de análise de dados de saúde, os dois fabricantes de vacinas com tecnologia RNA mensageiro vão garantir a hegemonia, com uma fatia de três quartos do mercado, excluindo o chinês.

Os rivais AstraZeneca, Johnson & Johnson, Sputnik V, assim como a Novavax, ainda à espera de aprovação, ficam com o remanescente do mercado das vacinas contra a covid-19 que deve ver o valor duplicar para 124 mil milhões de dólares.

À luz das previsões, as vendas da Pfizer devem atingir 54,5 mil milhões de dólares; enquanto as da Moderna rondar os 38,7 mil milhões. Números significativamente mais elevados do que a média de consenso de analistas, cujas estimativas não iam além de 24 mil milhões de dólares em ambos os casos.

"Estes números não têm precedentes", afirmou o CEO do Airfinity, Rasmus Bech Hansen. "Esperamos a manutenção de níveis elevados de vendas em 2022", realçou, apontando que, em geral, "os países procuram proteção contínua", sendo que os que apresentam rendimentos baixos e médios buscam níveis de vacinação próximos aos dos que as nações mais ricas alcançaram.

O jornal sinaliza que há analistas que desafiam as previsões das vendas para o próximo ano, mas ressalva que a maioria concorda que a Pfizer, em particular, tem dominado a corrida das vacinas contra a covid-19 e que, muito provavelmente, vai consolidar a sua posição de líder nos próximos meses.

"Foram os primeiros a conseguir aval [da vacina] para adultos, foram os primeiros a movimentaram-se para terem uma dose de reforço aprovada e disponível e a terem indicação para os adolescentes, e agora vão ser os primeiros a ter a aprovação pediátrica também", apontou Geoffrey Porges, analista no SVB Leerink.

Segundo o banco de investimento, a BioNTech/Pfizer vai faturar 39,5 mil milhões de dólares este ano, mas experienciar uma quebra no valor das vendas em 2022 para 9 mil milhões devido à combinação de três fatores: maior concorrência, vacinas mais baratas e menor procura nos países ricos.

Já nas contas do Airfinity, a BioNTech/Pfizer vai fechar o ano com vendas avaliadas em 31,3 mil milhões, enquanto a Moderna deve gerar 17,6 mil milhões. Em ambos os casos, as projeções ficam ligeiramente abaixo das feitas pelas próprias farmacêuticas (33,5 mil milhões e 20 mil milhões, respetivamente). Uma discrepância que, de acordo com o Airfinity, pode ser explicada, pelo menos em parte, com diferenças nos preços aplicados.

Nas previsões da empresa, citadas pelo Financial Times, a partir de 2022, vão ser encomendadas mais de 10 mil milhões de doses de reforço, das quais apenas 198 milhões têm como destino países pobres.

Tanto a Pfizer como a Moderna foram alvo de críticas pelo baixo fornecimento de vacinas com tecnologia de RNA mensageiro a países pobres ou em vias de desenvolvimento ao longo deste ano, o que levou ambas a aumentar o abastecimento para esse mercado.

Dados do Airfinity indicam que a Pfizer deve gerar 64% das suas receitas a partir das nações ricas, enquanto no caso da Moderna a proporção corresponderá a três quartos.

As previsões chegam numa altura em que a União Europeia atingiu um "marco importante", com as exportações de vacinas anti-covid do bloco para todo o mundo a superarem a marca dos mil milhões num intervalo temporal de dez meses.

UE atinge "marco importante" nas exportações

"As vacinas produzidas na UE foram enviadas para mais de 150 países em todos os continentes – do Japão à Turquia, do Reino Unido até à Nova Zelândia, de África do Sul ao Brasil", sublinhou a presidente da Comissão Europeia, citada num breve comunicado enviado às redações.

Ursula von der Leyen destacou ainda que foram entregues 87 milhões de doses a países de baixo e médio rendimento através da COVAX, a aliança da Organização Mundial de Saúde para garantir a distribuição das vacinas a todos os países e regiões do mundo.

Lembrando que o bloco, em conjunto com os EUA, pretende alcançar uma taxa de vacinação global nos 70% no próximo ano, von der Leyen salientou que "a União Europeia está a fazer a sua parte". Tanto que, adiantou, "pelo menos 500 milhões de doses" vão ser doadas pela UE a países mais vulneráveis ao longo dos próximos meses.

A UE conta com 75% dos adultos totalmente vacinados, mas as taxas de cobertura nacionais variam de forma significativa.

 

 

 

 

 

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