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Depois da S&P, Fitch e Moody's também atiram "rating" da Rússia para o "lixo"

O impacto das sanções económicas e financeiras, bem como a possibilidade de a Rússia não ter capacidade para reembolsar os investidores justificam o pessimismo das agências de notação financeira.

Sputnik
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A dívida da Rússia é um investimento especulativo para as três principais agências de "rating" do mundo. A Fitch e a Moody's anunciaram na noite passada revisões em baixa da notação financeira, menos de uma semana depois de a Standard and Poor's ter tomado a mesma ação. Em todos os casos, foram apontados os riscos relacionados com a invasão da Ucrânia.

A Fitch cortou o "rating" de longo prazo da Rússia para B, do anterior nível BBB. O "outlook" passou também para watch negativo, estando anteriormente em estável. A decisão reflete fatores como um "choque severo" nos fundamentos de crédito, sanções em rápida evolução, mais incerteza, a probabilidade de mais sanções ao setor financeiro, riscos macroeconómicos, tendência mais baixa de crescimento do PIB, bem como outros riscos geopolíticos e orçamentais.

"A gravidade das sanções internacionais em resposta à invasão militar da Rússia à Ucrânia está a pesar sobre os riscos de estabilidade macro-financeiros, representa um enorme choque aos fundamentos de crédito da Rússia e podem enfraquecer o serviço de dívida pública", refere a Fitch.

Depois de ter sido avançado por várias agências de notícias internacionais que o Banco Central russo havia proibido o pagamento de cupões de obrigações em rublos, fonte próxima negou, dizendo que a Rússia vai pagar o cupão, mas que os investidores estrangeiros poderiam não ter acesso ao dinheiro, já que o banco central bloqueou as transferências internacionais.

Sobre esse assunto, a Fitch disse que ainda não estava incorporado na avaliação e que irá ainda analisar a questão. Da mesma forma, também a Moody's afirmou que está a acompanhar a evolução da situação e eventuais atrasos nos pagamentos aos investidores. A 16 de março, o país tem de pagar 117 milhões de dólares em juros de uma linha de Eurobonds.

No caso da Moody's, o corte em vários níveis do "rating" de longo prazo da dívida em moeda estrangeira também colocou o investimento no nível de "lixo". Passou para B3, do anterior nível Baa3. O outlook é igualmente "watch negativo".

A agência aponta o risco de disrupção para o reembolso da dívida soberana dadas as severas e coordenadas sanções, bem como as significativas preocupações em torno da vontade da Rússia de cumprir com as suas obrigações. Como segunda razão para a revisão em baixa está a probabilidade de uma disrupção sustentável à economia e ao setor financeiro causada pelas sanções que limitem o acesso da Rússia a reservas internacionais.

Os anúncios feitos esta quarta-feira à noite seguem-se a outro semelhante feito no final da semana passada. A agência de notação financeira Standard & Poor's tinha já descido o "rating" da Rússia num nível"Acreditamos que as sanções anunciadas podem ter um efeito direto significativo e repercussões na atividade económica e comercial, na confiança dos consumidores e na estabilidade financeira, e também antecipamos que as tensões geopolíticas tenham impacto na confiança do setor privado, atingindo o crescimento económico", afirmou num relatório divulgado na sexta-feira.

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