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DBRS: Maioria do PS traz estabilidade e facilita aplicação de fundos europeus
A agência de notação financeira considera que os resultados das eleições são "favoráveis", na medida que trazem estabilidade e vão reduzir os obstáculos à execução dos fundos europeus.
A maioria obtida pelo partido socialista (PS) nas eleições legislativas do último domingo traz estabilidade legislativa ao país, numa altura importante, em que Portugal vai começar a aplicar os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), considera a DBRS.
"Um governo de maioria permite a estabilidade legislativa num momento importante, em que Portugal (com um rating BBB alto e uma perspetiva estável) gere os seus fundos da UE destinados a perspetivas económicas", argumenta a agência de notação financeira canadiana, num primeiro comentário aos resultados das eleições em Portugal.
Para a DBRS, a maioria absoluta conquistada por António Costa, associada ao reforço da do PSD face aos resultados eleitorais de 2019, reforçando para 71% o peso dos dois países de Centro no Parlamento deixa a agência confiante que o País vai continuar a implementar as políticas macroeconómicas em curso nos últimos anos.
Em relação aos fundos europeus, a DBRS lembra que, em novembro de 2021, Portugal tinha planeado até ao final de 2022 gastar seis mil milhões de euros do total de 14 mil milhões de euros a fundo perdido, mas o chumbo do Orçamento do Estado para este ano e a marcação de eleições antecipadas vai atrasar a aplicação destes fundos.
"O atraso para acomodar a eleição significará um 2022 plano financeiro provavelmente não será formulado até o segundo trimestre deste ano e o Governo só poderá conseguir executar até ao final de 2022 uma parcela menor da meta anterior", escreve a agência, notando, porém, que a maioria vai permitir reduzir obstáculos legislativos e acelerar a execução destes fundos.
A DBRS realça que Portugal é um dos grandes beneficiários dos fundos europeus, verbas que deverão acelerar o potencial de crescimento da economia nacional a médio prazo. As estimativas da Comissão Europeia apontam para um impacto entre 1,5 e 2,4% no crescimento da economia portuguesa até 2026.