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CMVM: Risco de crédito foi um dos que mais se materializou em 2020

A CMVM considera que o risco de crédito e de mercado são uns dos principais riscos que persistem em 2021, assim como o "greenwashing".

As finanças sustentáveis são uma das prioridades da CMVM, liderada por Gabriela Figueiredo Dias.
Pedro Catarino
15 de Janeiro de 2021 às 14:53
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O ano de 2020 exigiu uma capacidade de adaptação da CMVM a uma realidade marcada pela pandemia, que forçou o regulador a ajustar as suas prioridades. Para 2021, Gabriela Figueiredo Dias antecipa um ano igualmente difícil e identifica três grandes riscos: crédito, mercado e "greenwashing". Segundo a presidente da CMVM, o risco de crédito já foi "muito relevante" no último ano e deverá agravar-se este ano.

"O risco de crédito já tinha sido identificado como um possível risco muito relevante para 2020", realçou a presidente da CMVM numa conferência virtual, onde acrescentou que este é um "risco que se materializou em 2020 e que em 2021 possa ser fortemente agravado".

Com um novo confinamento à porta, Gabriela Figueiredo Dias aponta que esta é uma situação que pode levar a situações de insolvência e ser geradora de riscos de crédito.

O risco de mercado é outro dos que transita de ano, dada a incerteza criada pela pandemia, dificuldade de avaliação dos ativos e riscos de conduta significativos. Por outro lado, a procura por retornos mais significativos, maior agressividade por parte dos emitentes na colocação de produtos, assim como riscos identificados relacionados com custos e comissões em serviços financeiro, que diluem retorno anunciado são outros fatores citados pela responsável e que podem contribuir para deteriorar a confiança dos investidores.

A fechar a lista de riscos, a CMVM destaca fatores ambientais e sociais. Uma questão muito atual e que vai continuar no topo das atenções. A principal prioridade do regulador é, por isso, evitar situações em que as entidades e os intermediários financeiros transmitam informação que não corresponda à realidade.
 

Com base nestes riscos, a CMVM estabeleceu 4 prioridades para 2021: eficácia, eficiência, proximidade e relevância.

Em relação ao reforço de identificação de análise de risco, a CMVM realça que adquiriu no último ano novas competências de supervisão de sociedades que gerem fundos de investimento, titularização de crédito, competências que exigem esforços do regulador no controlo de risco, governo societário e outras questões associadas a estas áreas.

A simplificação regulatória e o reforço de proteção ao investidor, em momentos em que o incentivo por tomada de risco pode suscitar decisões menos informadas são outras das áreas que vão merecer a atenção da CMVM, assim como a cooperação do regulador com o mercado.

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