Notícia
Cimpor afunda 11% em nova sessão com elevado volume
"Em seis meses, não haverá saída da bolsa". A indicação de que a InterCement não vai retirar a Cimpor do mercado nos próximos meses terá penalizado os títulos da cimenteira. As acções da cotada estão 40% abaixo do preço que foi pago na OPA. Um terço do capital que não foi adquirido pela Camargo já trocou de mãos desde o fim da operação.
A Cimpor continua a cair em bolsa. Hoje foi a quinta sessão de quedas nas cinco sessões que se seguiram à conclusão da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela InterCement, da Camargo Corrêa, sobre a cimenteira.
Os títulos da Cimpor encerraram a sessão de hoje, 27 de Junho, nos 3,30 euros, um preço a que a empresa não terminava desde Março de 2009 e que fica 40% abaixo da contrapartida oferecida na operação (5,50 euros).
A empresa já estava a negociar em baixa durante o dia mas as acções intensificaram a queda e acabaram por fechar com uma desvalorização de 10,81%. Essa quebra ganhou expressão pelas 15h30.
A essa hora, a administração da InterCement dava uma conferência de imprensa. José Édison, o presidente da empresa que lançou a OPA sobre a Cimpor, anunciou, aí, que a cimenteira não irá sair da bolsa nos próximos seis meses (pelo menos, durante o tempo em que durar o acordo parassocial assinado entre a InterCement e a Votorantim) e, ao mesmo tempo, indicou que não está interessado em adquirir os cerca de 5,89% do capital que não comprou na operação. A InterCement conseguiu alcançar 94,99% dos direitos de voto da Cimpor, correspondentes a uma participação de 94,11% no capital social da empresa.
Sem OPA potestativa
A Camargo, através da InterCement, admitiu, ontem, em comunicado à CMVM, que não reuniu as condições para avançar com uma OPA potestativa, ou seja, com a possibilidade de obrigar os accionistas que não venderam na OPA a alienarem a sua participação numa operação posterior. A Camargo conseguiu alcançar os 90% dos direitos de voto da Cimpor na OPA mas não terá conseguido atingir os 90% dos direitos de voto abrangidos pela oferta (em que não eram contempladas as participações da Camargo, CGD e da Votorantim).
Sem possibilidades de avançar com uma OPA potestativa (em que a Camargo Corrêa compraria os títulos que não adquiriu a 5,50 euros) neste momento, a empresa abria portas, no prospecto da OPA, ao requerimento da perda de qualidade de sociedade aberta. Essa perda de qualidade implicaria a retirada da Cimpor da bolsa.
José Édison (na foto) garantiu que os títulos da cimenteira não vão sair do mercado nos próximos seis meses. Ou seja, neste momento, os accionistas que não venderam na OPA da Camargo têm títulos que já desvalorizaram 40% em relação ao que poderiam ter obtido naquela oferta. Além disso, têm em carteira acções de uma empresa que deixou de constar do principal índice de referência da bolsa nacional, estando apenas no PSI-Geral. E que, ontem, foi alvo de um corte de "rating" pela Standard & Poor's para o grau de investimento especulativo ("lixo").
De acordo com o código de valores mobiliários, os accionistas com os títulos remanescentes da Cimpor poderão “exercer o direito de alienação potestativa”, isto é, vender à Camargo o capital que detêm. Devem, “dirigir por escrito ao sócio dominante [InterCement] convite para que, no prazo de oito dias, lhe fala proposta de aquisição das suas acções”. Mas José Édison também não mostrou interesse em comprar os cerca de 5% da Cimpor que não adquiriu.
Volume após OPA é superior à média do semestre
O movimento em bolsa da Cimpor tem sido expressivo, mesmo apesar de a cotada ter apenas agora 39 milhões de acções dispersas em sequência da OPA. Destas, já quase 13 milhões circularam desde que terminou a operação, na passada quarta-feira.
Este montante releva que, em média, foram negociados 2,6 milhões de acções por sessão. Uma média superior à média de volume dos últimos seis meses (1,08 milhões de acções por sessão).
Portanto, um terço do capital da Cimpor que não foi adquirido pela Camargo já trocou de mãos nestas cinco sessões. Hoje, foi a transacção de quase 2 milhões de títulos da cimenteira que empurrou o preço para os 3,30 euros.
Os títulos da Cimpor encerraram a sessão de hoje, 27 de Junho, nos 3,30 euros, um preço a que a empresa não terminava desde Março de 2009 e que fica 40% abaixo da contrapartida oferecida na operação (5,50 euros).
A essa hora, a administração da InterCement dava uma conferência de imprensa. José Édison, o presidente da empresa que lançou a OPA sobre a Cimpor, anunciou, aí, que a cimenteira não irá sair da bolsa nos próximos seis meses (pelo menos, durante o tempo em que durar o acordo parassocial assinado entre a InterCement e a Votorantim) e, ao mesmo tempo, indicou que não está interessado em adquirir os cerca de 5,89% do capital que não comprou na operação. A InterCement conseguiu alcançar 94,99% dos direitos de voto da Cimpor, correspondentes a uma participação de 94,11% no capital social da empresa.
Sem OPA potestativa
A Camargo, através da InterCement, admitiu, ontem, em comunicado à CMVM, que não reuniu as condições para avançar com uma OPA potestativa, ou seja, com a possibilidade de obrigar os accionistas que não venderam na OPA a alienarem a sua participação numa operação posterior. A Camargo conseguiu alcançar os 90% dos direitos de voto da Cimpor na OPA mas não terá conseguido atingir os 90% dos direitos de voto abrangidos pela oferta (em que não eram contempladas as participações da Camargo, CGD e da Votorantim).
Sem possibilidades de avançar com uma OPA potestativa (em que a Camargo Corrêa compraria os títulos que não adquiriu a 5,50 euros) neste momento, a empresa abria portas, no prospecto da OPA, ao requerimento da perda de qualidade de sociedade aberta. Essa perda de qualidade implicaria a retirada da Cimpor da bolsa.
José Édison (na foto) garantiu que os títulos da cimenteira não vão sair do mercado nos próximos seis meses. Ou seja, neste momento, os accionistas que não venderam na OPA da Camargo têm títulos que já desvalorizaram 40% em relação ao que poderiam ter obtido naquela oferta. Além disso, têm em carteira acções de uma empresa que deixou de constar do principal índice de referência da bolsa nacional, estando apenas no PSI-Geral. E que, ontem, foi alvo de um corte de "rating" pela Standard & Poor's para o grau de investimento especulativo ("lixo").
De acordo com o código de valores mobiliários, os accionistas com os títulos remanescentes da Cimpor poderão “exercer o direito de alienação potestativa”, isto é, vender à Camargo o capital que detêm. Devem, “dirigir por escrito ao sócio dominante [InterCement] convite para que, no prazo de oito dias, lhe fala proposta de aquisição das suas acções”. Mas José Édison também não mostrou interesse em comprar os cerca de 5% da Cimpor que não adquiriu.
Volume após OPA é superior à média do semestre
O movimento em bolsa da Cimpor tem sido expressivo, mesmo apesar de a cotada ter apenas agora 39 milhões de acções dispersas em sequência da OPA. Destas, já quase 13 milhões circularam desde que terminou a operação, na passada quarta-feira.
Este montante releva que, em média, foram negociados 2,6 milhões de acções por sessão. Uma média superior à média de volume dos últimos seis meses (1,08 milhões de acções por sessão).
Portanto, um terço do capital da Cimpor que não foi adquirido pela Camargo já trocou de mãos nestas cinco sessões. Hoje, foi a transacção de quase 2 milhões de títulos da cimenteira que empurrou o preço para os 3,30 euros.