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Bolsas europeias registam pior semana dos últimos quatro anos
As bolsas europeias registaram a pior semana dos últimos quatro anos. A queda das bolsas chinesas parece ter estado na origem desta queda mas a verdadeira razão pode estar relacionada com o abrandamento da economia norte-americana.
As bolsas europeias registaram a pior semana dos últimos quatro anos. A queda das bolsas chinesas parece ter estado na origem desta queda mas a verdadeira razão pode estar relacionada com o abrandamento da economia norte-americana.
"A China não é a verdadeira razão, é mais uma desculpa", defende Justin Stewart, director da 7 Investment Management em Londres. "A China está a funcionar como um catalizador para todas as outras questões, nomeadamente, o crescimento da economia dos Estados Unidos", acrescenta Stewart.
O Stoxx 50 recuou hoje 0,6% para os 3.613,03 pontos. Em apenas uma semana este índice perdeu 5,34%, a maior queda desde a semana termianada a 28 de Março de 2003, altura em que caiu 5,48%.
As bolsas espanholas e alemãs foram as mais penalizadas com quedas semanais de 5,45% e 5,57%, respectivamente. O CAC 40 [cac] recuou 5,1% e em Londres, o FTSE caiu 4,46%.
Terça-feira passada foi um dia negro para as praças europeias. Após a queda superior a 9% das bolsas chinesas, o mercado europeu reagiu com quedas diárias superiores a 3%.
Apesar deste movimento ter tido início nos mercados asiáticos – que esta semana encerraram no valor mais baixo dos últimos oito meses – há outros factores que podem ter estado na origem da queda abrupta das bolsas europeias e norte-americanas.
A confirmação do abrandamento da maior economia do mundo e os receios de uma recessão, levantados pelo antigo presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Alan Greenspan, poderão também ter tido impacto no desempenho negativo das bolsas.
Esta semana, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos revelou que a economia norte-americana cresceu a um ritmo inferior ao previsto pelo Governo no quatro trimestre de 2006. O produto interno bruto (PIB) expandiu-se 2,2% nos últimos três meses de 2006, quando as estimativas governamentais apontavam para uma subida de 3,5% e os economistas contactados pela Bloomberg previam um crescimento de 2,3%.
No passado dia 14 de Fevereiro, o presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Ben Bernanke, tinha já referido que a "economia irá expandir-se a um ritmo moderado este ano e no próximo". Mas no final da semana passada, o ex-presidente da Fed, Alan Greenspan, foi um pouco mais longe e alertou para o facto dos Estados Unidos poderem entrar em recessão já no final de 2007.